As sanções internacionais impostas por Estados Unidos, União Europeia e outras potências do G7 não foram suficientes para impedir que o mercado brasileiro aumentasse a procura por petróleo russo, facilitado por preços bem abaixo daqueles praticados globalmente.
De acordo com a agência de preços de commodities Argus, as importações brasileiras de diesel russo devem responder por 53% do total do combustível comprado pelo país no exterior em abril. Há um ano, esse percentual era praticamente insignificante, de apenas 0,2%.
A Reuters destacou a diferença de preço: o diesel russo chega ao Brasil com um desconto de até US$ 0,30 por galão em relação ao combustível importado de outros países.
Curiosamente, como assinalou o Estadão, as importações de diesel russo não estão sendo feitas por nenhuma das três grandes distribuidoras de combustível do Brasil – Vibra (ex-BR Distribuidora da Petrobras), Raizen e Ipiranga. Quem está puxando as compras de combustível russo no país são os pequenos e médios importadores, menos expostos ao risco de sanções internacionais.
Considerando o quadro atual e as tendências do mercado global de petróleo, pode-se esperar que as importações de combustível russo no Brasil sigam em alta. Fábio Alves abordou no Estadão como a decisão dos países exportadores da OPEP+ (que também inclui a Rússia) de diminuir a produção nos próximos meses pode criar uma “tempestade perfeita” para puxar o preço do barril para além da marca dos US$ 100.
A alta recente dos preços internacionais, atrelada aos movimentos do câmbio, já devolveu à gasolina o papel de “vilão” da inflação no Brasil. A epbr informou que o índice IPCA subiu 0,71% em março, sendo que a alta de 8,33% no preço da gasolina foi responsável sozinha por 0,39% da inflação do último mês. E a coisa não deve ficar por aí, já que a reoneração do ICMS estadual e dos impostos federais a partir de junho pode aumentar o preço nas bombas.
Em tempo: Enquanto isso, um grupo de mais de 80 organizações da sociedade civil – entre elas, o Instituto ClimaInfo – apresentou ao governo federal um ofíciopedindo que o IBAMA não emita a licença para extração de petróleo e gás na foz do rio Amazonas enquanto não for realizada uma avaliação ambiental estratégica para toda a região.
O texto deixa evidente os riscos socioambientais do empreendimento e a necessidade de estudos mais aprofundados sobre os impactos potenciais, bem como a definição de planos de contingência. “A abertura dessa nova fronteira exploratória é uma ameaça a esses ecossistemas e, também, é incoerente com os compromissos assumidos pelo governo brasileiro perante a população brasileira e a comunidade global”, diz o ofício. Capital Reset, CartaCapital, ((o)) eco e O Globo deram mais informações
Texto publicado em CLIMA INFO
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