Quarenta e uma regiões do planeta, que correspondem a 31% da superfície global, experimentaram onda de calor “estatisticamente implausíveis” desde 1959. Mas, se qualquer parte do mundo está suscetível a temperaturas elevadas fora do comum, algumas áreas que ainda não viveram temperaturas extremas estão particularmente mais ameaçadas pelas ondas de calor. E estas estão se tornando mais frequentes por causa das mudanças climáticas.
A conclusão é de um estudo de pesquisadores da Universidade de Bristol publicado na Nature Communications. De acordo com os cientistas, Afeganistão, Papua Nova Guiné e países da América Central estão entre as regiões com risco de calor sufocante e que não estão preparadas para eventos desse tipo – o que pode causar milhares de mortes, destaca o Washington Post.
Países que não experimentaram onda de calor raras até agora são particularmente vulneráveis, justamente pela sua inexperiência.
Com isso, medidas de adaptação acabam sendo tomadas apenas posteriormente, quando as altas temperaturas já estão afetando suas populações, aponta o estudo.
Nas regiões de maior risco apontadas pelos pesquisadores há uma combinação de vulnerabilidade socioeconômica, potencial para temperaturas recorde e rápido crescimento populacional, pontua o earth.com. Além disso, cuidados de saúde limitados e provisão de energia exacerbam ainda mais os perigos.
“Identificamos regiões que podem ter tido sorte até agora. Algumas dessas regiões têm populações em rápido crescimento, algumas são nações em desenvolvimento, algumas já são muito quentes. Precisamos perguntar se os planos de ação contra o calor para essas áreas são suficientes”, disse o principal autor do estudo e cientista do clima, Vikki Thompson.
Os pesquisadores também descobriram que lugares em rápido crescimento, como Pequim e pontos na Europa Central, também estão em risco. Se as temperaturas aumentarem nessas áreas, milhões de pessoas nessas cidades densamente povoadas serão afetadas, relata a NBC.
Os cientistas basearam sua análise em conjuntos de dados que datam de mais de 60 anos, assim como em modelos climáticos, para avaliar a probabilidade de calor recorde. Eles também analisaram as projeções de população e desenvolvimento econômico.
O estudo foi destaque também na CNN, Correio Braziliense, Conversation, New York Times, Carbon Brief e CBS.
Texto publicado em CLIMA INFO
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