O chamado “Plano Amazônia: Segurança e Soberania” receberá investimentos no valor de R$ 2 bilhões, com o objetivo de combater o crime organizado e fortalecer a segurança na região.
O plano prevê a instalação de 34 novas bases fluviais e terrestres, que contarão com a presença constante de forças policiais federais e estaduais. O custeio para a construção desses postos de controle será feito por meio dos recursos do Fundo Amazônia, de acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Em cada uma das 34 bases propostas, haverá atuação integrada das Polícias Federal e Rodoviária Federal, da Força Nacional e das polícias estaduais. Quando necessário, as Forças Armadas também serão envolvidas, especialmente nas áreas de fronteira.
O ministro Dino ressaltou a importância da colaboração entre os governos estaduais da região amazônica na elaboração das diretrizes do Plano Amazônia, destacando a necessidade de uma ação conjunta para enfrentar os desafios relacionados à segurança.
O aumento do crime organizado e seus impactos na região amazônica
A urgência desse plano de segurança para a Amazônia é inquestionável diante do crescimento das atividades criminosas organizadas na região. Segundo a Folha de S.Paulo, facções de tráfico de drogas, tanto do Brasil, como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, quanto do exterior, têm explorado territórios indígenas e quilombolas para suas operações, afetando a rotina de algumas comunidades amazônicas.
O narcotráfico é apontado como um dos principais impulsionadores do desmatamento da floresta, conforme pesquisadores e investigações conduzidas pelas polícias e pelo Ministério Público nos estados da região.
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2023, publicado pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), dedicou um capítulo especial à Amazônia. O documento destaca a expansão das atividades ilegais do crime organizado na região, como grilagem de terras, garimpo, extração ilegal de madeira e pesca.
A dimensão dos crimes ambientais na Amazônia e suas ramificações
Com base em uma análise de mais de 300 operações da Polícia Federal entre 2016 e 2021, o Instituto Igarapé constatou que os crimes ambientais na Amazônia já estão conectados a 24 dos 27 estados brasileiros, exceto Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Os delitos mais comuns identificados foram grilagem de terras, desmatamento, garimpo e agropecuária ilegal, inclusive em Áreas Protegidas.
As conexões com a criminalidade na floresta brasileira se estendem aos países vizinhos, como Guiana Francesa, Venezuela, Suriname, Colômbia, Paraguai e Bolívia, conforme detalhado pelo portal ((o))eco.
Durante uma reunião preparatória para a Cúpula da Amazônia, que acontecerá em agosto, líderes dos países panamazônicos se reuniram em Leticia, na Colômbia. Na ocasião, o presidente Lula propôs a integração das polícias e o controle do tráfego aéreo na região, como uma estratégia conjunta para combater os crimes que atravessam fronteiras.
Impactos potenciais da destruição da Amazônia no mundo
Em uma experiência conduzida pelo Ecoa, do UOL, o ChatGPT simulou os possíveis impactos do desmatamento contínuo da Amazônia. Com base em dados de desmatamento até 2021, a ferramenta estimou que a floresta amazônica poderia desaparecer totalmente nas próximas décadas, em um período que varia entre 50 a 100 anos.
No entanto, ressalta-se que essas estimativas são altamente especulativas e dependem de vários fatores, como políticas de conservação, atividades econômicas, conscientização ambiental e esforços de preservação.
Caso a Amazônia entre em colapso, isso poderia desencadear uma série de eventos catastróficos em escala global, como inundações em Paris e Nova York, desabrigando milhares de pessoas, secas no estado de São Paulo, levando à devastação da produção agrícola, secas e incêndios em Manaus, resultando em conflitos entre humanos e animais, e perda agrícola e seca no Congo, país que também abriga uma das maiores florestas tropicais do mundo, assim como o Brasil.
*Com informações do CLIMA INFO
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