Os defensores do projeto da Petrobras para exploração petrolífera na foz do rio Amazonas aumentaram a pressão, em público e nos bastidores, para que o governo federal reverta a decisão do IBAMA que negou o licenciamento ambiental ao empreendimento. Os alvos prioritários da turma são o Ministério do Meio Ambiente e sua titular, a ministra Marina Silva.
O Ministério de Minas e Energia comprou a briga da Petrobras e pediu à estatal que mantivesse as sondas de exploração na foz do Amazonas, mesmo sem a obtenção da licença. Já a direção da empresa reafirmou que pretende recorrer à decisão do IBAMA e destacou os custos milionários para manutenção desses equipamentos em uma região distante de sua base de operações na região Norte brasileira, em Belém (PA). epbr, O Globo e Valor deram mais detalhes.
Já no Palácio do Planalto, que aguarda o retorno do presidente Lula da cúpula do G7 no Japão, a missão de mediação da crise ficou sob responsabilidade do vice-presidente Geraldo Alckmin. Na última 6ª feira (19/5), Alckmin se encontrou separadamente com Marina Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na busca de um meio termo que evite uma divisão ainda maior dentro do governo. De toda forma, como assinalou o Estadão, o vice ressaltou que qualquer decisão deverá ser tomada somente por Lula depois de seu retorno ao Brasil.
Pelo lado do MMA e do IBAMA, uma das “garantias” em prol da decisão contrária ao projeto da Petrobras na foz do Amazonas é o interesse do governo Lula em retomar o prestígio internacional do Brasil em matéria de meio ambiente e clima. A Folha abordou que essa preocupação estará na balança do presidente e terá peso importante em qualquer decisão sua sobre a questão – ainda que considerações domésticas, como o apoio de parlamentares da região Norte, também tenham espaço no processo decisório.
De toda forma, como comentou André Trigueiro na CBN, o presidente Lula terá um desafio importante a enfrentar nos próximos dias e um eventual deslize na proteção do meio ambiente pode ter efeitos negativos de longo prazo sobre o governo. “Se o presidente ceder às pressões, poderá determinar a ruína moral de um governo que mal começou”, comentou o jornalista
Texto publicado em CLIMA INFO
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