ONU- Gota a gota, a humanidade está flertando com o risco de um colapso na disponibilidade de água potável para uma parcela significativa da população, especialmente nos países mais pobres e vulneráveis à crise climática.
O alerta é da ONU, feito a partir de um relatório da UNESCO e da UN Water divulgado nesta 4ª feira (22/3), Dia Mundial da Água.
“A água é o sangue vital da humanidade. Ela é essencial para nossa sobrevivência e suporta a saúde, a resiliência, o desenvolvimento e a prosperidade das pessoas e do planeta. Mas a humanidade está trilhando um caminho perigoso”, observou o secretário-geral da ONU, António Guterres. “O sobreconsumo vampiresco e o uso insustentável da água, a poluição e o aquecimento global descontrolado estão drenando esse sangue vital da humanidade”.
Em todo o mundo, 2 bilhões de pessoas (26% da população) não têm acesso à água potável, e 3,6 bilhões (46%) não contam com saneamento básico gerenciado com segurança. Se os números atuais já preocupam, as projeções para o futuro são ainda mais problemáticas: a população urbana global que enfrenta a escassez de água deve saltar de 930 milhões em 2016 para até 2,6 bilhões de pessoas em 2050.
Para evitar o colapso, o relatório defende medidas urgentes, inclusive no plano internacional, com parcerias e articulações entre os países, especialmente na gestão de rios e aquíferos que atravessam fronteiras transnacionais. O documento aponta que, a despeito de iniciativas de cooperação terem se mostrado benéficas, apenas 6 dos 468 aquíferos compartilhados internacionalmente contam com um acordo formal de cooperação.
“Se não resolvermos isso, definitivamente haverá uma crise global. Construir parcerias e cooperação é fundamental para garantir os Direitos Humanos à água e superar os desafios existentes”, destacou Richard Connor, editor-chefe do relatório. Bom Dia Brasil (TV Globo), Exame e O Globo repercutiram a análise da ONU. No exterior, o assunto foi destacado por BBC e Reuters, entre outros.
Texto publicado em CLIMA INFO
Comentários