Mais do que atrair investimentos, precisamos criar as condições para que os investidores queiram vir para Manaus. Temos aqui um dos motores da indústria do Brasil e daqui podem sair grandes ganhos para o país e para a sua nova atuação na geopolítica global, onde a Amazônia ganha um papel central.
Por Augusto Cesar Barreto Rocha
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Em 25 de maio de 1948 faleceu o empresário e professor Dr. Roberto Cochrane Simonsen, considerado o patrono da indústria nacional. Dentre outras ações, ele fez parte do movimento intelectual que levou a criação da “Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo”, tendo sido presidente da FIESP e da CNI. O estádio do SESI de Manaus leva o seu nome e, por Decreto Presidencial, o dia 25/05 é o Dia da Indústria no Brasil.
A atividade industrial é muito dependente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Cerca de 66% do investimento empresarial brasileiro para P&D advém de empresas industriais, sendo que esta atividade representa apenas 23,9% do PIB nacional. Manaus é um dos motores desta indústria, com 36,4% do PIB do Amazonas.
Nossa indústria pode ser ainda maior, se realizar inovações e for ampliada. No ranking nacional de registro de patentes do INPI, dentre os 10 primeiros nomes estão nove universidades e a Petrobras. Se avançarmos a leitura até a 20ª posição do ranking, há mais uma pessoa e uma empresa – e todos os demais membros são universidades federais e estaduais. Há uma grande integração entre ensino, pesquisa, inovação e a indústria no Brasil.
Em Manaus existe uma importante presença do subsetor de bens de informática, que representou em 2022 cerca de 29% da produção do Polo Industrial de Manaus (PIM). Nele há obrigações legais que levam a uma integração com institutos de pesquisa e universidades. Há uma oportunidade de ampliação da indústria se este recurso for bem usado. Precisamos começar a perceber o PIM como muito menor do que poderá ser, ao invés de ao contrário мгновенные займы без проверки кредитной истории.
Ainda não estão disponíveis as informações oficiais, mas, pelo histórico, é possível inferir que cerca de R$ 1,85 bilhões foram investidos em P&D em 2022, apenas no subsetor de bens de informática do PIM. Imagine se fôssemos mais competitivos?
É importante que a nova Superintendência da SUFRAMA resgate o papel histórico de seu Regimento Interno, quando ela tinha dentre suas atribuições “identificar e estimular investimentos públicos e privados em infraestrutura; estimular e fortalecer os investimentos na formação de capital intelectual e em ciência, tecnologia e inovação pelos setores público e privado; intensificar o processo de articulação e de parceria com órgãos e entidades públicas e privadas; estimular ações de comércio exterior; e administrar a concessão de incentivos fiscais.”
A alteração realizada na Portaria 602, de 13/12/2022 precisa ser revisada, para que tenhamos a SUFRAMA com o protagonismo necessário para a articulação na redução das desigualdades regionais e que afetam a competitividade do PIM e da Amazônia Ocidental. Mais do que atrair investimentos, precisamos criar as condições para que os investidores queiram vir para Manaus. Temos aqui um dos motores da indústria do Brasil e daqui podem sair grandes ganhos para o país e para a sua nova atuação na geopolítica global, onde a Amazônia ganha um papel central.
O conjunto amplo de deficiências que afetam a competitividade do Amazonas precisam ser enfrentados e a SUFRAMA é a instituição federal que mais compreende as nossas necessidades. É chegada a hora de revisar novamente seu Regimento, para que voltemos a expandir o PIM, ao invés de reduzi-lo, afinal o crescimento robusto do início do ano pode ser ainda maior.
Augusto Rocha é Professor Associado da UFAM, com docência na graduação, Mestrado e Doutorado e é Coordenador da Comissão CIEAM de Logística e Sustentabilidade
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