O estudo identificou 24 diferentes contribuições dos musgos para o solo e outras plantas. Essa vegetação exerce influência no microclima dos ecossistemas, auxiliando no controle da umidade e temperatura.
Um estudo internacional publicado na revista científica Nature Geoscience revelou que os solos cobertos por musgos desempenham um papel crucial na absorção de carbono atmosférico. De acordo com a pesquisa, esses ambientes vegetais absorvem anualmente 6,43 bilhões de toneladas de carbono a mais do que áreas terrestres não revestidas por essa vegetação.
Esse valor equivale a mais de seis anos de todas as emissões globais de carbono relacionadas às mudanças no uso da terra, como a conversão de florestas em áreas agrícolas ou pastagens.
A importância na absorção de carbono
Os musgos, assim como outras plantas, captam dióxido de carbono (CO2) por meio da fotossíntese, contribuindo para a redução dos níveis desse gás na atmosfera. Essa absorção de carbono é fundamental para combater o efeito estufa e o aquecimento global.
O estudo revelou que eles absorvem uma quantidade significativa de carbono, sendo responsáveis por uma absorção adicional de 6,43 bilhões de toneladas por ano.
O estudo, que envolveu pesquisadores de diversos países, incluindo o Brasil, também estimou a área ocupada por essa vegetação. Cerca de 9,4 milhões de quilômetros quadrados do planeta é tomada por esses seres, o que é quase equivalente à área da China. Essa projeção foi realizada com base em amostras coletadas em 123 ecossistemas de todos os continentes.
Ao contrário das plantas vasculares, como árvores e arbustos, os musgos são briófitas que não possuem lignina em suas paredes celulares. Essa ausência de reforço lignificado torna-os flexíveis e sem partes lenhosas rígidas.
Eles foram uma das primeiras plantas a colonizar ambientes terrestres, há cerca de 500 milhões de anos, e desempenham um papel essencial em locais onde as plantas vasculares têm dificuldade de sobreviver, podendo cobrir o solo de florestas e campos, além de crescer em troncos de árvores e rochas. Atualmente, existem pelo menos 12 mil espécies de musgos distribuídas por todos os continentes.
Contribuições para o solo e ecossistemas
O estudo identificou 24 diferentes contribuições dos musgos para o solo e outras plantas. Essa vegetação exerce influência no microclima dos ecossistemas, auxiliando no controle da umidade e temperatura. Além disso, o carbono absorvido pelos musgos promove o crescimento de plantas próximas, reduzindo a pressão sobre o aquecimento global.
Os solos cobertos por musgos apresentam uma maior concentração de nutrientes, como nitrogênio, fósforo e magnésio, além de uma atividade enzimática mais intensa. Esses benefícios ocorrem devido à capacidade dos musgos, principalmente do gênero Sphagnum, de criar um ecossistema úmido com matéria orgânica, que serve como abrigo para micróbios, fungos e animais invertebrados.
Essa interação resulta em uma maior circulação de nutrientes e aceleração da decomposição da matéria orgânica. Além disso, os solos cobertos por eles apresentam menor erosão e uma redução na presença de patógenos responsáveis por doenças em plantas. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de incentivar estudos com esse grupo de plantas, que são altamente sensíveis a alterações em seu habitat.
Os musgos desempenham um papel crucial na absorção de carbono e na promoção de ecossistemas saudáveis. Portanto, é fundamental não focar apenas nas plantas vasculares, mas também compreender e proteger os musgos!
Além de desempenharem um papel fundamental em ambientes naturais, os também são capazes de se estabelecer em áreas urbanas, como parques e jardins. Sua capacidade de absorver carbono e melhorar a qualidade do solo pode trazer benefícios significativos para as cidades, ajudando a mitigar os impactos negativos das emissões de carbono e proporcionando um ambiente mais saudável.
Essa vegetação absorve anualmente 6,43 bilhões de toneladas de carbono a mais do que áreas terrestres não revestidas por musgos, o que equivale a mais de seis anos de todas as emissões globais de carbono relacionadas às mudanças no uso da terra.
A conscientização sobre o papel dessas plantas na absorção de carbono e na manutenção de ecossistemas saudáveis é essencial para ações de conservação e mitigação das mudanças climáticas. Investir em estudos sobre os musgos e promover sua proteção pode contribuir significativamente para a sustentabilidade ambiental e o combate ao aquecimento global.
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