O Ministério da Saúde divulgou relatório nesta 4ª feira (8/2) com as conclusões gerais da missão realizada por servidores da pasta à Terra Indígena Yanomami no mês passado.
Eles visitaram instalações de saúde pública indígena e encontraram uma situação calamitosa, com remédios vencidos, seringas orais reutilizadas e fezes espalhadas.
Um dos espaços mais degradados é a Casa de Saúde Indígena (CASAI) de Boa Vista, unidade que atende aos indígenas Yanomami. “Alguns alojamentos têm sanitários no chão [banheiro turco] e estão com a saída de água e estrutura muito danificadas. Malocas ou chaponas muito sujas, com fezes por todo lado. Visualizado esgoto a céu aberto em vários pontos da área e muito lixo espalhado”, diz o relatório.
O documento também descreve a descontinuação do atendimento de saúde indígena nos últimos anos, sob o governo do ex-presidente Bolsonaro. Diversos polos-base foram fechados por causa da insegurança causada pela presença de garimpeiros, o que prejudicou ainda mais o atendimento aos indígenas.
Um dos polos visitados pela equipe da Saúde foi o de Surucucu: de acordo com o texto, os indígenas precisam fazer fogueiras para se aquecer durante o frio, o que já resultou em casos de queimaduras em crianças.
Outro dado preocupante, este destacado pela Folha, é o crescimento dos casos de malária no território Yanomami. Nos últimos quatro anos, a incidência da doença mais do que dobrou de 2018 (quando foram identificados 9.928 casos) a 2021 (20.393). Quase 1/3 dos casos ocorreu na faixa etária até 9 anos de idade (30%), e o local de provável infecção que mais cresceu nesse período foi justamente em áreas de garimpo.
Texto publicado em CLIMA INFO
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