“O guaraná da Amazônia é um exemplo brilhante de como a natureza pode oferecer benefícios, soluções complexas e eficazes para os desafios da saúde humana. Ao preservarmos a Amazônia e valorizarmos o conhecimento tradicional, abrimos portas para futuras inovações em saúde e bem-estar.”
Por Alfredo Lopes
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O guaraná da Amazônia, conhecido cientificamente como Paullinia cupana, é tradicionalmente conhecido por sua energia natural, derivada da guaraína, uma forma de cafeína com efeitos naturais assustadores. No entanto, este fruto sagrado dos povos indígenas da região amazônica oferece muito mais. Pesquisas recentes destacam o guaraná como uma fonte de catequinas, compostos antioxidantes com múltiplos benefícios para a saúde.
O reconhecimento internacional se confirmou com o estudo sobre as catequinas no guaraná, conduzido por uma equipe de pesquisadores liderada por Lina Yonekura, da USP, com financiamento da FAPESP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo recebeu reconhecimento internacional ao ser destacado na revista Food & Function da Royal Society of Chemistry, do Reino Unido. A pesquisa inserida como um dos Hot Articles de 2016, através do paper “Bioavailability of catechins from guaraná (Paullinia cupana) and its effect on antioxidant enzymes and other oxidative stress markers in healthy human subjects”. Desde então, pelos resultados tão significativos que ensejaram novas investigações e interesses do mercado vieram atrás.
Até bem pouco tempo as catequinas, eram também encontradas em chás verdes, entretanto, segundo a pesquisa, as catequizas contidas no fruto do guaraná são 10 vezes mais antioxidantes que os chás, por seus efeitos rejuvenescedores, superando muitos fitoterápicos populares. O guaraná, também, mostrou ser eficaz no tratamento de doenças reumáticas e como antiinflamatório, contribuindo para a prevenção do câncer. Seu impacto na indústria farmacêutica se deu com a criação do primeiro medicamento alopático no Brasil para cardiopatias. Uma patente com perfil bioquímico diversificado que torna o guaraná um candidato promissor para novas descobertas farmacêuticas.
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Benefícios comprovados em ensaios clínicos com voluntários humanos saudáveis, tanto na USP como na UFMG, revelaram que as catequinas do guaraná são mais bioacessíveis que aquelas encontradas no chá verde, cacau e chocolate. Os compostos desse super fruto ajudam a reduzir o estresse oxidativo, que é um fator em doenças neurodegenerativas, cardiovasculares, diabetes, câncer, e no envelhecimento precoce, entre outros benefícios.
O reconhecimento internacional do estudo sobre o guaraná evidencia a importância desse superfruto não apenas para a comunidade científica, mas também para a saúde pública global. Ele simboliza a riqueza da biodiversidade amazônica e o valor inestimável do conhecimento indígena. Este fruto não é apenas uma fonte de energia, mas um poderoso aliado na luta contra diversas doenças e condições de saúde.
O guaraná da Amazônia é um exemplo brilhante de como a natureza pode oferecer benefícios, soluções complexas e eficazes para os desafios da saúde humana. Ao preservarmos a Amazônia e valorizarmos o conhecimento tradicional, abrimos portas para futuras inovações em saúde e bem-estar.
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