Em mais um golpe para os esforços globais de combate às mudanças climáticas, países desenvolvidos falharam em atender sua meta de destinar US$ 10 bilhões ao Fundo Climático Verde (GCF, sigla em inglês) da ONU. O objetivo era mobilizar essa quantia para financiar ações climáticas em países em desenvolvimento.
Ao término da recente rodada de captação, realizada pouco antes da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), o GCF conseguiu angariar apenas US$ 9,3 bilhões. Esta lacuna financeira levanta preocupações sobre a aprovação de novos projetos, bem como o financiamento contínuo de iniciativas já em andamento.
Os países que se destacaram por seu compromisso foram Japão e Noruega. Durante uma conferência de doadores em Bonn, Alemanha, em 5 de outubro, ambos prometeram novas contribuições ao GCF. Enquanto isso, Suécia, Itália e Suíça manifestaram intenções de contribuir até a COP28, embora os detalhes financeiros ainda permaneçam incertos devido a entraves orçamentários.
A ausência de compromisso adicional dos Estados Unidos, contudo, se destacou como um ponto de descontentamento. O país, que havia interrompido suas contribuições ao GCF em 2019 durante a administração Trump, vinha dando sinais de um possível retorno ao financiamento. Infelizmente, disputas relacionadas ao orçamento interno norte-americano colocaram essa promessa em xeque.
Esta falha dos países ricos em garantir os recursos necessários provocou críticas não só de nações em desenvolvimento, mas também de organizações da sociedade civil. A coalizão Climate Action Network (CAN) expressou sua insatisfação, denunciando a aparente “indiferença” dos governos mais abastados em relação ao GCF.
Harjeet Singh, chefe de estratégia política global da CAN, declarou: “O GCF é essencial para o panorama do financiamento climático. O investimento público é crucial para assegurar que as nações mais vulneráveis obtenham o suporte de que precisam, sobretudo em esforços de adaptação”. Singh também fez uma crítica direta aos EUA, observando que “a postura silenciosa dos EUA, mesmo tendo assento no Conselho do GCF e influenciando políticas sem cumprir suas obrigações financeiras, é absolutamente inaceitável”.
Em um momento em que o mundo enfrenta eventos climáticos extremos com crescente frequência, a falta de financiamento adequado para ações climáticas é um contraponto preocupante. A esperança é que, à medida que a COP28 se aproxima, mais países se sintam compelidos a agir e cumprir suas promessas financeiras.
*Com informações de CLIMA INFO
Comentários