O conselho do GEF, o mais antigo fundo ambiental do planeta, aprovou um desembolso recorde, de US$ 1,4 bilhão para projetos de combate à crise climática, de biodiversidade e de poluição em 136 países – entre eles o Brasil.
Os recursos devem gerar mais US$ 9,1 bilhões em outros financiamentos.
A decisão foi tomada na semana passada em uma reunião em Brasília – a primeira na história do GEF fora de Washington. Do total, 47% (US$ 652 milhões) serão destinados à proteção da biodiversidade. O restante vai para a crise do clima, águas internacionais, degradação dos solos, poluição química e pequenos projetos, explica ((o))eco.
Os valores recorde reforçarão a implantação de acordos como o Marco Global da Diversidade Biológica de Kunming-Montreal. Aprovado em dezembro passado na 15ª COP da Biodiversidade, o documento reforça a contribuição de indígenas e de comunidades locais na conservação.
“Esta grande injeção permitirá que os países em desenvolvimento respondam mais estrategicamente às preocupações ambientais que afetam todos nós”, disse Carlos Manuel Rodriguez, ex-ministro do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica, CEO do GEF desde 2020.
O Brasil receberá cerca de US$ 90 milhões. Os projetos incluem apoio a comunidades no entorno de Áreas Protegidas, recuperação de florestas e conservação da biodiversidade amazônica, bem como mapeamento da biodiversidade em Terras Indígenas.
“É um momento histórico aprovar um projeto para fortalecer a capacidade dos Povos Indígenas e comunidades locais para proteger nossos territórios, salvaguardar o conhecimento ancestral e promover a gestão integrada da biodiversidade”, disse a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Até o momento, o Brasil recebeu US$ 1,2 bilhão em 133 projetos ambientais apoiados pelo GEF. Um dos mais importantes, destaca o Valor, é o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que existe há 20 anos, abrange 120 Unidades de Conservação e 62,5 milhões de hectares na região.
“Não existe dilema entre a proteção do meio ambiente e o combate à pobreza: os efeitos da mudança do clima vão atingir principalmente os mais vulneráveis. Elevar a proteção socioambiental e a luta contra a mudança do clima no centro das decisões do governo é um compromisso ético e civilizatório”, ressaltou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na abertura da reunião.
CNN, Poder 360 e Pará Terra Boa também destacaram os investimentos do GEF.
Em tempo: O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou o programa “Amazônia Sempre”, para financiar projetos de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região. De acordo com o Valor, o pipeline de projetos do BID já identificado para a Amazônia alcança US$ 1 bilhão em 2023. Desse total, US$ 430 milhões são doações não reembolsáveis, segundo a Exame.
O programa terá como áreas prioritárias: população local; agricultura e silvicultura sustentáveis; bioeconomia; infraestrutura; cidades sustentáveis; e conectividade. O anúncio foi feito em reunião do presidente do BID, Ilan Goldfajn, com representantes dos governos dos oito países que fazem parte da Bacia Amazônica como preparação para a Cúpula da Amazônia que acontecerá em agosto, informa a TV Brasil.
Texto publicado em CLIMA INFO
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