Seis pessoas já morreram e mais de 35 mil famílias foram afetadas pelas fortes chuvas que castigaram o Maranhão nos últimos dias, de acordo com o g1. Dos 217 municípios do estado, 64 já decretaram situação de emergência – medida também tomada pelos governos maranhense e federal. Quase 8 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.
Esse cenário de devastação que vem tomando conta do território maranhense corre o risco de se agravar. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do estado, Célio Roberto Araújo, disse à CNN que as tempestades devem continuar até maio.
Além de alagamentos e cheias de rios, o estado sofre com um fenômeno geológico agravado pelas chuvas extremas dos últimos dias: as voçorocas. As crateras imensas no solo ameaçam “engolir” em definitivo a cidade de Buriticupu, de 70 mil habitantes, a cerca de 400 km da capital, São Luís. Devido à situação, a prefeitura municipal declarou estado de calamidade pública, informa O Globo.
Mais de 20 crateras enormes surgiram ao redor de Buriticupu. Alguns buracos chegam a medir 600 metros de extensão e até 70 metros de profundidade. Segundo o UOL, relevo, solo arenoso, desmatamento e ocupação urbana desordenada são alguns dos fatores que contribuíram para o surgimento e o avanço das voçorocas na cidade.
A situação do estado com as tempestades fez com que o presidente Lula visitasse o Maranhão nesse domingo (9/4). Ao lado do governador Carlos Brandão (PSB), Lula sobrevoou áreas atingidas pelas fortes chuvas na região de Trizidela do Vale, a 280 km de São Luís.
Após o sobrevoo, estiveram em um abrigo no município de Bacabal, relata a Folha.
O presidente defendeu a união entre governos federal, estaduais e municipais no apoio aos atingidos: “Nós queremos mostrar que não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, entre governadores e o presidente da República.
Nós temos que cuidar das pessoas que foram vítimas. As pessoas pedem colchão, as pessoas pedem botijão de gás, as pessoas pedem qualquer coisa para dar um certo conforto, coisa que o governo pode fazer”.
Também nesse domingo, uma queda de energia atingiu o Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís. O motivo foram as chuvas que caíram ininterruptamente no estado pela parte da tarde, confirmando a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que emitiu alerta laranja para o dia. Um voo com destino a São Paulo foi cancelado, informa o Correio Braziliense.
As chuvas no Maranhão e a ida de Lula ao estado também foram noticiadas por O Globo, Terra, g1 e CNN, entre outros veículos.
Em tempo: Nenhum dos estados da Amazônia Legal possui sistemas de alerta e planos de contingência permanentes para eventos como inundações, secas e incêndios florestais, aponta o doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal do Acre (UFAC), José Genivaldo do Vale Moreira.
Algo bastante preocupante, já que os eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas têm sido mais intensos e ocorrem com frequências cada vez menores, explica o professor.“Apesar de estarmos atravessando o período conhecido como ‘ inverno amazônico’, quando se registra maior volume de chuvas e de vazões, os eventos registrados recentemente no rio Acre estão associados a baixas possibilidades de acontecer. Ou seja, estão ocorrendo em ciclos cada vez menores e com maior intensidade.
E, com isso, há possibilidade maior de causar danos mais severos à população vulnerável. E não somente o impacto social, mas também econômico, uma vez que altera a rotina no ciclo produtivo da região”, explica o especialista ao g1.
Texto publicado em CLIMA INFO
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