São inovações tecnológicas com potencial de adaptação e transformação próprias da dinâmica da indústria, que desenvolvem usos diversos e adaptações para cada inovação de sucesso
Por Gilmar Freitas
__________________
O chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia (CMA), General de Brigada Washington Rocha Triani, apresentou à classe empresarial da Zona Franca de Manaus em evento no dia 14 na FIEAM as oportunidades de expansão da base da indústria da defesa na Amazônia Ocidental.
O General Triani tem razão ao incentivar a expansão da base da indústria de defesa na Amazônia Ocidental, por meio do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMA, pois a tecnologia de uso diário na vida civil pode multiplicar-se, adaptar-se e transformar-se em inúmeras aplicações de uso na defesa. Denominada tecnologia dual ou dupla, tem desenvolvimento em aplicações civis que se segue, ou ocorre mesmo em paralelo, e muitas vezes de modo planejado, incorporando-se em aplicações militares.
São inovações tecnológicas com potencial de adaptação e transformação próprias da dinâmica da indústria, que desenvolvem usos diversos e adaptações para cada inovação de sucesso. Tecnologias de uso militar podem ser desenvolvidas em quase todos os campos industriais do PIM, como: eletrônica e mecânica de precisão; software básico de computadores; desenvolvimento de equipamentos militares de locomoção em terrenos difíceis; tecnologia desenvolvida para blindagem etc.
Além da importância estratégica que representa para um país, o investimento em defesa é também definido por seu caráter dinâmico e desdobrável da tecnologia dele derivada, ou seja, sua aplicação dual, portanto a produção do PIM pode ser adaptada para os grandes objetivos nacionais em áreas fundamentais como a defesa, segurança pública, educação, saúde, transporte, etc., empregando as inovações tecnológicas, como a nanotecnologia, a pesquisa e utilização das propriedades de óleos, essências e combustíveis, provenientes dos recursos naturais da Amazônia, criando nichos de negócios de utilização dual.
O emprego de tecnologia do PIM pode ser utilizado na construção de veículos capazes de enfrentar solos acidentados e condições adversas existentes na selva; na construção naval para a produção destinada ao combate e ao patrulhamento, utilizando-se de estaleiros de defesa na produção náutica e navipeças, como Jet Ski, Balsas, Rebocadores, Empurradores, Lanchas, Motores e Navios.
Como apenas duas empresas baseadas no Amazonas vendem insumos para o Exército, o General Triani propõe a ampliação da participação da indústria amazonense, não só para elevar a geração de emprego e renda, mas também fortalecer ainda mais o PIM, aumentando sua capacidade de exportação. Destaca que além do elenco de incentivos da ZFM, as empresas que forneçam itens militares podem participar do Regime Especial Tributário (RETID) e contar também com incentivos fiscais e linhas especiais de financiamento.
O assunto não é novo, pois já foi abordado em junho de 2013, em evento patrocinado pelo CMA, também realizado na FIEAM, quando fiz uma apresentação intitulada “Infraestrutura Logística e Adaptação de Indústrias para a Defesa”, vale a pena insistir na ideia.
Gilmar Freitas é Assessor Econômico da Presidência da FIEAM
Comentários