Fornecedores estão ficando para trás na propagada agenda ESG das principais empresas do mundo. O alerta é da organização CDP, que divulgou nesta semana um relatório sobre o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e outros aspectos ambientais em cadeias de suprimentos em todo o mundo.
De acordo com o levantamento, menos da metade (41%) das empresas que participam do CDP relatam as emissões de GEE de seus fornecedores, apesar de seu impacto superar em mais de 11 vezes as emissões diretas. Além disso, quase 70% das empresas informaram que não avaliam o impacto de sua cadeia de valor na biodiversidade.
Esses números evidenciam duas grandes lacunas graves que comprometem a efetividade de políticas ESG.
A análise também mostrou a priorização de questões ligadas ao clima no acompanhamento dos impactos de cadeias de custódia. Entre as mais de 18,5 mil empresas que reportaram ao CDP em 2022, mais de 7 mil relataram que engajaram seus fornecedores na questão climática, em comparação com 915 em gestão hídrica e pouco mais de 500 em florestas.
“O relatório mostra que a ação ambiental não está acontecendo na velocidade, escala e escopo necessários para limitar o aumento da temperatura global em 1,5oC, com muitas empresas ainda não reconhecendo que seu impacto no meio ambiente vai muito além de suas operações e das mudanças climáticas”, afirmou Sonya Bhonsle, do CDP. “Se uma empresa não estiver se preparando para futuras regulamentações sobre meio ambiente em sua cadeia de valor, ela se expõe a uma ampla gama de riscos e pode estar perdendo também as oportunidades que a proteção da natureza oferece.”
Bloomberg e Business Green destacaram os principais pontos do relatório do CDP sobre cadeias de suprimentos.
Em tempo: A quebra do Silicon Valley Bank (SVB) não surpreendeu apenas as startups climáticas nos EUA, mas também os fundos de investimento ESG. Gestoras como BlackRock, Amundi e BNP, junto com quase mil outros fundos, tinham ações do SVB em suas carteiras. “Parece ser um clássico caso em que os gestores e agências de rating olham para um dos pilares do ESG, no caso o ambiental, e ignoram os demais”, escreveu Vanessa Adachi no Capital Reset. Ela lembrou que o banco ficou quase um ano sem um chief risk officer (CRO), responsável pela gestão de risco, um dado que passou batido pelos investidores.
Texto publicado em CLIMA INFO
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