Na reunião ministerial em que apresentou os resultados dos primeiros 100 dias de seu governo, o presidente Lula disse que o Brasil vai cumprir a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.
E afirmou que o governo federal combaterá a devastação em todos os biomas brasileiros em meio a uma transição estratégica para uma economia de baixo carbono, destaca a Reuters.
O compromisso de desmatamento zero na Amazônia foi assumido por Lula ainda na campanha presidencial do ano passado e confirmado na cerimônia de sua posse, em 1º de janeiro. Mas alertou que a tarefa não será fácil, ressaltando que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ainda está recompondo a política ambiental do país, que foi desmontada (ou pior, destruída) durante os quatro anos do governo anterior.
Em meados de janeiro, o governo federal retomou operações de fiscalização e combate ao desmatamento na Amazônia.
O resultado é que o número de multas por desmatamento e outras infrações na região amazônica aumentou 219% no primeiro trimestre, em relação à média de janeiro a março dos quatro anos anteriores. Os dados são do IBAMA, informa a Agência Brasil.
A intensificação do combate à devastação da floresta amazônica trouxe uma queda de 11% no desmatamento na região no primeiro trimestre deste ano, em comparação a 2022. Contudo, os números ainda estão altos – resultado do estímulo a este e outros crimes ambientais, como o garimpo ilegal, feito pelo governo anterior.
Para cumprir o desmatamento zero, será preciso mais do que desfazer o desmonte ambiental deixado por Jair Bolsonaro, segundo ambientalistas ouvidos pelo Brasil de Fato. Esses especialistas estão confiantes de que os resultados das ações do atual governo devem aparecer nos próximos anos, desde que haja mais rigor na fiscalização e menos concessões ao agronegócio.
Outro ponto a ser observado é a destinação das Florestas Públicas. Miriam Leitão, n’O Globo, menciona o estudo da iniciativa Amazônia 2030 que mostra que a Amazônia legal tem um território sem destinação – uma “terra de ninguém” – do tamanho de França, Alemanha e Espanha somadas. Definir o destino dessas terras e zerar o desmatamento são as premissas para o desenvolvimento econômico, diz a jornalista.
“Esse território está em disputa. Ou não tem dono, ou tem alguém dizendo que é dono, mas não há o papel do Estado para dizer o destino da terra. Esse trabalho de ordenamento teve um grande avanço nos dois governos Lula e agora precisa ser concluído”, explicou Beto Veríssimo, cofundador do Imazon e um dos autores da pesquisa.
Em tempo 1: O governo federal abriu consulta pública para a nova versão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que norteia as ações de proteção da floresta no bioma amazônico.
Criado em 2004, no primeiro governo de Lula, o PPCDAm teve quatro atualizações, até que foi congelado por Jair Bolsonaro, lembra a Folha. Em janeiro, Lula e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, publicaram um decreto instituindo o plano, que chega agora à sua quinta versão. A consulta pública ficará aberta até 26 de abril.
Em tempo 2: Um em cada três jovens brasileiros não sabe em qual bioma vive. Essa é uma das conclusões da pesquisa “Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (JUMA)”, realizado pelas redes Em Movimento e Conhecimento Social, em parceria com Engajamundo, Instituto Ayíka e o Grupo de Trabalho de Juventudes do movimento Uma Concertação pela Amazônia.
Foram entrevistadas 5.150 pessoas, entre 15 e 29 anos, de todas as classes sociais e níveis de escolaridade e dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, detalha ((o))eco. O relatório também mostra que oito em cada dez jovens concordam que as reservas ambientais ajudam a diminuir os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, mais de 60% defendem o investimento em fontes de energia alternativas, limpas e renováveis, informa a Agência Brasil.
Texto publicado em CLIMA INFO
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