A ministra foi questionada sobre o fato do Inpe ter alertado que 209 km² de desmatamento da Amazônia nas duas primeiras semanas de fevereiro
Por Manuel Marçal – O Tempo
A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (27) que existe uma “ação criminosa” na floresta Amazônica com objetivo de aumentar o desmatamento, mesmo no periodo chuvoso, e que isso estaria sendo feito numa “espécie de revanche”.
“Estão desmatando (a Amazônia) mesmo no período chuvoso. É uma espécie de revanche às ações que já estão sendo tomadas na ponta. E vamos seguir trabalhando”, afirmou.
A ministra foi questionada sobre o fato do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ter alertado que 209 km² da Amazônia foram desmatados nas duas primeiras semanas de fevereiro, o que representa um recorde para o período desde a criação da série histórica, em 2015.
Em seguida, criticou a gestão anterior “Não somos como o governo anterior, os dados são transparentes”, afirmou. Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a desautorizar Ricardo Galvão, que era presidente do Inpe à época, sobre os alertas de desmatamentos na região.
“Neste momento, estamos identificando que tem uma ação criminosa, mesmo no período chuvoso, adiantando o desmatamento. E estamos nos preparando para fazer o enfrentamento”, declarou a ministra.
Marina Silva, porém, não listou quais ações efetivas estão sendo feitas ou se vai pedir ajuda para outros ministérios. “Estamos ainda em dois meses do governo, o plano de prevenção e controle do desmatamento vai ser atualizado e reimplementado a partir de abril, quando concluiremos o plano. Mas, mesmo assim, estamos agindo emergencialmente em várias frentes, na frente Yanomâmi, na frente do desmatamento e de outras criminalidades que acontecem no Brasil inteiro”.
A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas fez a declaração no Palácio do Itamatary, após reunião com o enviado especial da Presidência para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry
Marina Silva reiterou a declaração do vice-presidente Geraldo Alckmin, ao dizer que o repasse dos recursos do governo americano ao Fundo Amazônia dependem de aprovação do Congresso dos EUA.
“Quem vai anunciar o valor é o governo Biden, no tempo oportuno para eles, eles dependem do Congresso (americano), nada vai ser feito de forma a desconsiderar as dinâmicas de cada país”, disse.
Nesta terça-feira (28), Marina Silva terá um novo encontro com John Kerry. A ministra disse que os dois países farão “um anúncio conjunto” em relação agenda do clima e cooperação bilateral.
Texto publicado em O TEMPO
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