A crescente preocupação com as mudanças climáticas tem instigado debates em esferas globais. Nesta segunda-feira (18), o diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Osvaldo Moraes, expôs os efeitos das mudanças climáticas no Brasil durante o painel “Saúde e Biodiversidade” da Cúpula de Ciência da 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.
Destacou a importância da ciência na tomada de decisões frente aos desafios ambientais presentes
- Contexto Global:
- Moraes ressaltou que a temperatura global tem visto um aumento de 0,2°C por década, alcançando um aquecimento de 1°C acima dos níveis pré-industriais em 2017, de acordo com dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Ele alertou que, se a tendência persistir, é provável que alcancemos um aumento de 1,5°C por volta de 2040.
- Compromissos Climáticos:
- Ainda baseado nos relatórios do IPCC, o diretor mencionou a necessidade de reavaliar os compromissos climáticos. Ele acredita que, apesar do cenário atual, a natureza oferece ferramentas para redirecionar o curso das mudanças climáticas, desde que haja uma redução eficaz nas emissões futuras.
- Impactos no Brasil:
- Moraes detalhou os impactos diretos das mudanças climáticas no Brasil, especialmente na agricultura, saúde e energia. Ele prevê uma redução significativa na produção agrícola, com uma diminuição de até 11 milhões de hectares de terra até 2030. A produção de leite e a capacidade de geração de energia hidrelétrica nas regiões Norte e Centro-Oeste também serão adversamente afetadas. Projeções indicam um déficit de água em quase todo o território brasileiro, com ênfase nas regiões Noroeste e Central até o fim do século.
- Integração entre Saúde e Biodiversidade:
- O painel também contou com a presença de outros especialistas que discutiram a eco-inovação no contexto da saúde e da biodiversidade, e como o Brasil está se inserindo e agindo frente a esses desafios. Moraes enfatizou que todos esses temas estão interligados e que o progresso em um aspecto demanda avanços nos demais.
A apresentação de Osvaldo Moraes ressaltou a essência de incorporar ciência na formulação de políticas e tomada de decisões. É imperativo que os tomadores de decisão estejam bem informados sobre as implicações das mudanças climáticas e utilizem a ciência como alicerce para promover a sustentabilidade e mitigar os efeitos adversos do aquecimento global no Brasil. O diálogo entre cientistas, políticos e a sociedade é crucial para encarar e superar os desafios climáticos que se apresentam.
*Com informações GOV.BR
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