A geração de energia elétrica por fontes renováveis bateu recorde em 2022 no Brasil. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 92% de toda a eletricidade ofertada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) no ano passado veio de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.
Dos 67,3 mil megawatts médios (MWm) produzidos em 2022, quase 62 mil foram gerados por fontes renováveis. O resultado surpreende não apenas pelo desempenho em si, mas pelo fato de ele ter acontecido um ano após a pior crise hídrica em quase um século na maior parte do Brasil, o que comprometeu a operação das hidrelétricas e forçou o uso de mais usinas termelétricas.
“Tivemos uma hidrologia favorável com chuvas nos reservatórios das hidrelétricas e a geração eólica permitiu uma boa safra dos ventos. Além disso, o Brasil expandiu a capacidade de geração renovável e tivemos a entrada em operação de novas linhas de transmissão que aumentaram a exportação de energia até os pontos de consumo”, destacou o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, citado pelo Valor.
Por falar em expansão renovável, a Folha mostrou a corrida dos consumidores para aproveitar o subsídio integral para geração de energia solar no Brasil.
De outubro até 7 de janeiro, foram registrados 486,6 mil projetos de geração distribuída (GD), que somam mais de 32,9 mil MW de potência instalada.
Pela lei atual, projetos cadastrados até o último dia 7 receberão integralmente os subsídios previstos no marco legal da geração distribuída. Esses valores serão financiados por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cobrada da conta de luz de todos os consumidores brasileiros, de maneira que mais aumentos virão na conta de luz de quem não tem painéis solares. Já projetos apresentados depois dessa data terão de pagar 15% relativos ao uso do fio elétrico, com o restante sendo jogados na conta de luz.
Em tempo: O cabo-de-força entre distribuidoras, grandes consumidores e empresas de energia solar segue intenso em Brasília. O capítulo da vez é referente a uma nota técnica da ANEEL publicada no último dia 26 que propõe mudanças na lei nº 14.300, que instituiu o marco regulatório para geração distribuída.
Representantes da ABSOLAR questionaram a proposta, especialmente a taxação do uso do fio elétrico e uma nova tarifa relacionada à demanda contratada na usina utilizada por quem optar pela produção própria de energia. A nota será avaliada no próximo dia 7. A notícia é do Metrópoles.
Texto publicado em CLIMA INFO
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