Amazônia – nos últimos meses, uma intensa discussão ambiental no Brasil se concentrou na exploração de petróleo e gás fóssil pela Petrobras na foz do Amazonas. Porém, essa é apenas a ponta do iceberg. Ameaças advindas da extração de combustíveis fósseis são bem mais amplas e alcançam o coração da floresta.
A ameaça russa no coração da floresta
Em pleno coração da floresta, na Bacia do Solimões, a petroleira russa Rosneft detém concessões exploratórias. “A Rosneft é a líder de derramamentos de petróleo em todo o planeta”, alerta Lucas Ferrante, no UOL. O Greenpeace-Rússia registrou mais de 10 mil vazamentos associados à empresa. A preocupação é agravada pela rica biodiversidade e pelas comunidades indígenas que habitam a região.
As estradas associadas a esses empreendimentos de extração gerariam grandes impactos. De acordo com um estudo publicado na Land Use Policy, a abertura de rodovias com o pretexto de viabilizar “desenvolvimento” e exploração petrolífera ameaça mais de 18 mil pessoas que vivem em 63 Terras Indígenas. Estas estradas têm fomentado o desmatamento e a grilagem.
Exploração de gás fóssil no Amazonas
O Amazonas já é palco de operações de extração de gás fóssil da Eneva. Recentemente, um embate jurídico questionou as licenças ambientais dadas para a exploração do campo de Azulão, na região do município de Silves. Embora suspensas temporariamente, as licenças foram restauradas, permitindo que a Eneva retomasse a produção.
Na foz do Amazonas, a Petrobras está focada na articulação política para obter a licença para perfurar o poço no bloco FZA-M-59. O desfecho dessa situação depende de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que busca um consenso jurídico capaz de levar o IBAMA a rever sua posição.
O Futuro da exploração na Amazônia
A exploração de petróleo na Amazônia é uma preocupação não apenas no Brasil. A Cúpula da Amazônia, que ocorrerá em 8 e 9 de agosto, é vista como uma oportunidade para que nações discutam alternativas sustentáveis de atividade econômica para a região.
No Equador, a população está em contagem regressiva para um plebiscito que pode impedir a exploração de petróleo na floresta de Yasuní. Especialistas ouvidos pelo Climate Home News disseram que o referendo definirá o modelo econômico para o país.
A onda privatista que dominou o governo brasileiro recente resultou na venda de várias unidades da Petrobras, incluindo sua unidade de xisto no Paraná, a SIX. Oito meses após o fechamento do negócio com o grupo canadense Forbes & Manhattan (F&M), a petroleira ainda não recebeu pagamento.
A exploração de combustíveis fósseis na Amazônia é um complexo jogo de xadrez político, econômico e ambiental. O desafio é equilibrar a busca por recursos energéticos com a necessidade urgente de proteger um dos mais ricos e frágeis ecossistemas do planeta.
*Com informações do CLIMA INFO
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