O descalabro do antigo governo com a proteção da Amazônia custou caro à floresta. Somente no ano passado, de acordo com Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, foram derrubados 10.573 km2 de áreas naturais no bioma, o pior desde o início do monitoramento em 2007. A magnitude é assustadora: é como se quase 3 mil campos de futebol tivessem sido devastados na Amazônia todo santo dia em 2022.
Assim, o governo Bolsonaro encerrou seu quadriênio (2019-2022) acumulando um desmatamento de 35.193 km2 de floresta amazônica, o que supera territórios de estados inteiros, como Alagoas (27 mil km2) e Sergipe (21 mil km2). O número representa um aumento de quase 150% em relação ao quadriênio anterior (2015-2018), quando foram desmatados 14.424 km2.
Pará (3.874 km2), Amazonas (2.575 km2) e Mato Grosso (1.604 km2) foram os estados amazônicos que mais desmataram em 2022, concentrando mais de 3/4 de todo o desmatamento do período. Amazonas e Mato Grosso foram os únicos estados que em 2022 tiveram aumento na taxa de desmatamento em relação ao ano anterior, sendo responsáveis pela alta registrada.
Uma das áreas mais ativas de desmatamento foi no sul do Amazonas, especialmente na proximidade com Acre e Rondônia, região batizada de “AMACRO”. É nessa região que se encontra o município campeão de desmatamento na Amazônia em 2022: Apuí (AM), com 586 km2 de floresta derrubada.
O levantamento do Imazon destacou também a “corrida” do desmatamento em dezembro passado, último mês do governo Bolsonaro. Somente nele, a Amazônia perdeu 287 km2, alta de 105% em relação ao mesmo mês no ano anterior.
“Houve uma corrida desenfreada para desmatar enquanto a porteira estava aberta para a boiada, a especulação fundiária, os garimpos ilegais e o desmatamento em Terras Indígenas e Unidades de Conservação”, assinalou Carlos Souza Jr., coordenador do programa de monitoramento da Amazônia do instituto. “Isso mostra o tamanho do desafio do novo governo”.
Agência Brasil, CBN, Estadão, g1, O Globo e Valor, entre outros, repercutiram os dados do SAD/Imazon sobre o desmatamento amazônico de 2022.
Texto retirado de CLIMA INFO
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