Os mesmos que colocam em dúvida se devemos respeitar os índios ou se devemos impor as nossas regras serão àqueles contrários ao desenvolvimento de nossos grandes centros na Amazônia. Tenho a sensação de que a maior parte das pessoas contrárias as atividades com ciência, tecnologia e indústria serão as mesmas que querem destruir os índios.
Por Augusto Cesar Barreto Rocha
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Queremos legalidade ou ilegalidade na Amazônia? Muitos do Brasil querem deixar as zonas menos exploradas do país para a ilegalidade, destruição e exploração, tal qual muitos impérios fizeram mundo afora, destruindo e legando um rastro de morte, destruição e subdesenvolvimento, muito diferente do que pode ser chamado de progresso.
A África possui uma história difícil, derivada da exploração recebida a partir de muitos países, que a usaram para base de suas aventuras espoliadoras. Estas pessoas e este comportamento não se modernizaram, pois ainda há no mundo muitos que acham isso natural: enganar, extrair, destruir, ignorando as pessoas, culturas, tradições e propriedades presentes nas localidades.
Muitos povos foram destruídos no Brasil. Contudo, com a imensidão de nosso território, ainda há muito por ser feito.
O que queremos por aqui? Um paraíso da legalidade ou da ilegalidade? O que se busca: a construção ou a destruição? Parece incrível para muitos de nós, mas estamos em uma espiral do tempo, discutindo se devemos ou não ser responsável com os povos isolados da floresta ou se devemos impor a nossa cultura secular, ignorando suas culturas milenares – com a força do dinheiro e das balas, em troca de minérios.
É desolador que conversas de séculos atrás perdurem em 2023. Todavia, este é mais um parâmetro para as discussões que são conduzidas no país sobre a Amazônia e o Amazonas.
Os mesmos que colocam em dúvida se devemos respeitar os índios ou se devemos impor as nossas regras serão àqueles contrários ao desenvolvimento de nossos grandes centros. Tenho a sensação de que a maior parte das pessoas contrárias as atividades com ciência, tecnologia e indústria na Amazônia serão as mesmas que querem destruir os índios.
Entender os debates é algo fundamental para os que estão deliberando sobre o nosso futuro. Somos todos índios em um olhar, mas, por outro, não há interesse nas trocas, nas interações ou no isolamento. O olhar que nos cobre é sempre de destruidor. Até quando? Precisamos alinhar expectativas e mentes, para ficar atentos com as posições que estão sendo tomadas nesta batalha que construirá ou destruirá o nosso futuro.
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