O Amazonas, coração verde do Brasil e pulmão do planeta, enfrenta um cenário alarmante de queimadas, com números recordes neste mês de setembro, lançando um sinal de alerta sobre a preservação da maior floresta tropical do mundo.
Uma crise de proporções históricas
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas nos primeiros 18 dias de setembro, o Amazonas registrou 4.974 focos de calor, ultrapassando amplamente a média histórica do período entre 1998 e 2022. Esta contagem já coloca setembro de 2023 como o terceiro mês mais crítico desde o início dos registros. O recorde anterior era de 5.004 focos em setembro de 2015, número que está prestes a ser superado, tornando este mês o segundo mais crítico da série histórica.
Em um dia particularmente chocante, 1.255 focos de calor foram identificados em 5 de setembro, destacando a intensidade e rapidez com que esses incêndios estão se espalhando.
A resposta do governo do Amazonas
Face à gravidade da situação, o governador Wilson Lima declarou estado de emergência ambiental em várias regiões do Amazonas. Além disso, foi anunciado um investimento de R$ 1,1 milhão para financiar a atuação de 153 brigadistas que atuarão nos municípios mais afetados, principalmente no “arco do desmatamento”, região sul do estado.
Este projeto, uma parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com o suporte financeiro da organização Rewild, visa não apenas combater os incêndios, mas também fornecer equipamentos essenciais e recursos para garantir a eficácia das operações de combate ao fogo.
Diversas ações estão em andamento para conter a crise. As Operações Tamoiotatá e Aceiro, envolvendo agentes estaduais, Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Força Nacional, estão atuando conjuntamente. O CBMAM também implementou uma sala de situação para monitorar os incêndios através de ferramentas avançadas, incluindo as fornecidas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e pela NASA.
O estado crítico das queimadas no Amazonas é um lembrete sombrio da vulnerabilidade da Amazônia e da necessidade urgente de ações concretas. O combate ao fogo é apenas o primeiro passo; a longo prazo, é essencial uma estratégia robusta e sustentável para preservar e proteger esta joia da biodiversidade mundial.
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