Moradores de um assentamento de reforma agrária no município de Anapu (Pará) denunciaram na semana passada um ataque violento de pistoleiros. Na última 5ª feira (18/8), homens armados invadiram a comunidade, forçando as famílias assentadas a fugir para o mato na tentativa de escapar dos tiros. Os criminosos também incendiaram uma estrutura de madeira e palha utilizada como escola para 15 crianças do assentamento.
Batizado com o nome da missionária assassinada em 2005 naquela região, Dorothy Stang, o assentamento foi criado formalmente há menos de dois meses, depois da Justiça Federal determinar ao INCRA a continuidade do processo de regularização fundiária do território.
No entanto, fazendeiros e grileiros pressionam os assentados, com episódios frequentes de ameaças de agressão e violência propriamente dita. Mais recentemente, em maio, duas casas foram incendiadas na mesma comunidade por homens armados.
O Ministério Público Federal (MPF) do Pará questionou as autoridades do estado sobre a segurança dos assentados em Anapu e a resposta policial ao ataque da última semana.
“As famílias de agricultores do lote 96 [como também é conhecido o assentamento, na gleba Bacajá] convivem há anos com ameaças de ataques como os ocorridos neste ano e, desde a execução de Dorothy Stang, Anapu contabiliza dezenas de assassinatos. Nos processos judiciais referentes ao caso, o MPF demonstrou que a situação dos trabalhadores rurais era de indignidade humana pela demora do INCRA em implantar os assentamentos”, disse o MPF em nota.
Repercussões da notícia do Pará
Folha, g1 e O Liberal repercutiram o ataque armado contra os assentados em Anapu e a cobrança das autoridades paraenses pelo MPF.
Em tempo: A Terra Indígena Karipuna, em Rondônia, vem sendo consumida nos últimos dias por queimadas ilegais promovidas por madeireiros e grileiros. O InfoAmazonia e o Greenpeace Brasil sobrevoaram a região e registraram o avanço do fogo. De acordo com indígenas, o foco principal teria surgido na última 3ª feira (16/8) e, desde então, se alastrou pela floresta às margens do rio Formoso. “Nós fomos ao local, vimos a fumaça subindo na floresta e encontramos novas derrubadas e picadas abertas pelos invasores. Não está acontecendo só em um ponto do território, mas em várias regiões da Terra Indígena”, disse o líder indígena Adriano Karipuna.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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