Tecnologia usa a celulose das folhas, substituindo os troncos e evitando a derrubada de árvores
Quando era estudante do ensino médio, Valentyn Frechka se tornou membro da Academia de Ciências da Juventude Ucraniana. Nesta época, ele estava na floresta com seu avô quando teve uma ideia: se o papel é feito de celulose por que não poupar os troncos e usar uma outra parte das árvores na fabricação dos produtos? Ele estava pensando nas folhas que caem naturalmente no chão.
Ainda na escola, Valentyn começou a testar essa ideia no laboratório e passou a apresentar sua pesquisa em competições estudantis na Ucrânia, Tunísia, Quênia, Sérvia, Coréia do Sul e Estados Unidos. Ele também representou a Ucrânia na Copa do Mundo de Startups Universitárias em 2019.
Com a divulgação do seu projeto na mídia ucraniana, o empreendedor chamou a atenção de Andriy Vartsaba, um empresário com consciência ambiental e interesse em usar o sistema criado por Valentyn para produzir papel comercialmente. O método, além de não cortar nenhuma árvore, mostrou-se mais barato.
Depois de trabalhar na tecnologia por um ano e meio e conduzir três pilotos industriais, em março de 2019 Valentyn recebeu uma patente ucraniana para sua tecnologia de reciclagem de folhas.
Em 2020, Valentyn e Andriy fundaram a RE-Leaf PAPER. Por meio de uma acordo com a administração municipal de Kiev, o fornecimento de folhas foi garantido e em outubro de 2020 eles produziram a primeira 1,5 tonelada de papel industrial feito com folhas.
O papel possui densidade de 90 e 100 g/m2 e espessura de 0,2 mm. Com isso o produto pode ser usado para sacos de papel, utensílios e papelão.
De acordo com a RE-Leaf, cada tonelada de papel que usa as folhas como matéria prima evita o corte de 17 árvores adultas, reaproveita 2,3 toneladas de folhas e emite 78% menos CO2 do que a fabricação tradicional de papel.
Depois da primeira produção, a RE-leaf recebeu uma doação de um fundo ucraniano para startups ficou em segundo lugar na competição de startups online Kyiv Tech Hub.
O objetivo da empresa é atrair investimentos para construir uma planta industrial com capacidade de processamento de 20 mil toneladas de folhas caídas por ano.
Fonte: Ciclo Vivo
Comentários