Contratadas sob regime de “urgência”, as usinas termelétricas que deveriam estar ajudando a geração de energia elétrica durante a crise hídrica seguem no papel, acumulando multas e prejuízo para os consumidores. O Estadãodestacou dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que resumem a situação: das 17 usinas contratadas pelo governo federal em leilão no ano passado, com tarifas muito acima daquelas cobradas normalmente, apenas uma está efetivamente gerando energia neste momento.
Do total de capacidade energética contratada, 98% segue inativo, com a maior parte dos projetos ainda em fase inicial de construção. Pelas regras do leilão emergencial, essas usinas deveriam estar operantes a partir de 1o de maio de 2022. Nesses dois meses, as empresas responsáveis já acumulam mais de R$ 400 milhões em multas. A sorte do setor elétrico brasileiro é que o nível médio dos reservatórios hidrelétricos do centro-sul melhorou consideravelmente depois da última temporada chuvosa, o que afastou momentaneamente o risco de colapso na geração hidrelétrica.
Em tempo: A comissão que avalia o projeto de lei que regula a exploração de energia no mar adiou a votação do texto para depois do recesso parlamentar do meio de ano. A proposta é vista com expectativa no setor elétrico, já que definirá as regras gerais para a construção de usinas eólicas e solares offshore, no oceano, aproveitando o potencial natural do Brasil para essas fontes. O Valordestacou a curiosa colaboração no Senado entre o governo federal e o PT, principal partido de oposição: a proposta original é de autoria do senador petista Jean Paul Prates (RN), sendo que seu relator é Carlos Portinho (PL), do mesmo partido do presidente da República.
Texto publicado originalmente em Clima Info
Comentários