A inovação foi desenvolvida pela Ambipar e tem com objetivo facilitar a logística e a probabilidade de germinação em áreas remotas e de difícil acesso
Imagina só um drone sobrevoando a floresta e deixando cair alguns objetos lá do alto. Em um primeiro momento, pode parecer bem curioso. E se eu te contar que poderiam ser biocápsulas biodegradáveis de sementes? Essa tecnologia que utiliza drones foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar e tem com o objetivo ajudar no reflorestamento em massa de áreas degradadas.
Por meio do drone, é possível despejar de 1.000 a 3.000 biocápsulas, facilitando a logística e a chance de germinação, comparado com o sistema tradicional de reflorestamento, principalmente em áreas remotas e de difícil acesso. Testes já foram realizados em áreas estratégicas, como em matas ciliares no entorno da Serra da Cantareira, na grande São Paulo.
O material é feito de colágeno provenientes de resíduos de indústria farmacêutica, que com sementes de árvores nativas encapsuladas e condicionador de solo, levam a fertilidade do solo.
Funciona mais ou menos assim: em contato com a água, as cápsulas derretem e formam nutrientes e organismos biológicos que ativam a semente para sua germinação. A técnica favorece solos degradados, como no caso de desmatamento, queimada e erosão. Após o plantio, imagens aéreas são coletadas e monitoradas por meio do aplicativo Sower X, que acompanha e certifica o desenvolvimento das árvores.
O engenheiro ambiental e diretor do Centro de Pesquisa da Ambipar, Gabriel Estevam, explica que o resíduo que antes era desprezado agora se transforma em árvores através do mesmo conceito que a natureza nos ensina, por meio dos pássaros que comem naturalmente os frutos e depois soltam essas sementes do céu com nutrientes presentes em suas fezes.
Além de promover o conceito da economia circular, a inovação também contribui para o fomento de comunidades tradicionais, por meio da utilização de sementes nativas adquirida por coletores indígenas, como a cooperativa Caik, Instituto Raoni e Ecosolo.
Fonte: Um Só Planeta
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