Por Débora Spitzcovsky – The Greenest Post
Saem o cascalho e a brita, entram os pneus velhos. Pesquisadores da Universidade RMIT, na Austrália, especializada em estudos sobre novas tecnologias, desenvolveram técnica que possibilita substituir 100% dos agregados convencionais usados na produção de concreto – como o cascalho e a brita – por pneus que já não têm mais utilidade usando a sustentabilidade como objetivo
A possibilidade já vinha sendo testada há anos por pesquisadores de todo o mundo, mas nunca com resultados 100% satisfatórios e sempre utilizando apenas fragmentos dos pneus velhos.
Agora, com a nova técnica desenvolvida pelos engenheiros da Universidade RMIT, as dificuldades do processo foram superadas e os pneus velhos ainda podem ser usados integralmente na produção, que basicamente consiste em utilizar moldes úmidos de fundição para comprimir a borracha grossa dos pneus e transformá-la numa espécie de concreto fresco – só que sem os agregados convencionais.
Além de baratear o custo do concreto, a inovação também impacta muito menos o meio ambiente, já que dispensa a extração de recursos naturais, como a brita e o cascalho, usados na fabricação do concreto convencional e ainda oferece uma solução para o desafio do descarte de pneus velhos.
Somente no Brasil, cerca de 90 milhões de pneus são descartados por ano. A grande maioria fica abandonada nas ruas, sendo inclusive foco de insetos causadores de doenças como a dengue. O restante, mesmo em aterros sanitários, ocupa muito espaço, libera toxinas que contaminam os lençóis freáticos e, muitas vezes, é queimado, liberando gases extremamente tóxicos na atmosfera.
Com a sustentabilidade barateamos o custo e preservarmos o meio ambiente
Com a nova técnica que usa os pneus velhos como matéria-prima, todos esses problemas ambientais podem estar com os dias contados, já que demanda por cimento no mundo é o que não falta! Mas os pesquisadores alertam: testes ainda estão sendo feitos. Por isso, por enquanto, o mais indicado é usar o cimento sustentável de pneus velhos para fins não-estruturais. Ou seja, nada de subir prédios ou casas com ele. Mas a pavimentação de ruas e a construção de calçadas, por exemplo, já está liberada!
Texto publicado originalmente em The Greenest Post
Comentários