Por Tamires Ferreira – OLHAR DIGITAL
A Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan, detectou a presença, pela primeira vez no Brasil, de duas novas sublinhagens da cepa Ômicron da covid-19: a XBB.1 e a CK.2.1.1. No anúncio, feito na quinta-feira (17), a entidade informou que elas foram encontradas em exames realizados entre 16 de outubro e 5 de novembro nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto.
Segundo o Butantan, a amostra de XBB.1 já foi detectada em 35 países. O instituto ressalta que, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), há evidências preliminares que sugerem que ela pode trazer um risco maior de reinfecção, comparada a outras sublinhagens da Ômicron. Já a amostra de CK.2.1.1 só foi identificada na Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca, Espanha e Áustria.
De acordo com informações da Agência Brasil, para o especialista da Rede de Vigilância Genômica do Instituto Butantan, Alex Ranieri, ainda é cedo para dizer se as novas variantes representam um perigo à população ou se são mais resistentes às vacinas.
“Não há dados sobre casos graves ou escape imune [capacidade de escapar dos anticorpos criados pelas infecções anteriores] relatados. É provável que as mutações adicionais tenham acarretado alguma vantagem de transmissão e escape imune em relação a outras sublinhagens de Ômicron, mas isso necessita ser investigado”, explicou.
Outras sublinhagens da Ômicron
A Ômicron, variante do coronavírus, surgiu pela primeira vez na África do Sul no final de 2021, e foi a responsável por uma nova onda de casos e internações, o que exigiu o reforço dos protocolos de segurança, como o distanciamento social e uso de máscaras, além da urgência da vacinação. Na época, a cepa foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante de preocupação” devido seu alto poder de transmissão e por ter um número de mutações maior do que as outras — e que ainda está em andamento.
Recentemente, outra sublinhagem foi responsável por uma morte em São Paulo, a BQ.1, uma ramificação da BA.5, que é uma “família” de subvariantes da Ômicron. No Rio de Janeiro a cepa está sendo relacionada ao aumento de casos.
No Amazonas, o Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) também identificou a circulação da subvarianteBQ.1, e ainda descobriu a presença da BA.5.3.1, outra cepa da “família” Ômicron. A chamada BE.9, que já uma variação da BA.5.3.1 com algumas mutações da BQ.1, também foi registrada.
O alerta para o aumento de casos de covid-19 no Brasil já partiu de vários institutos, como o Todos pela Saúde (ITpS), que apontou um salto de 566% nos testes positivos para a doença, e a Fiocruz, que mostrou um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pelo vírus entre a população adulta dos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Texto publicado originalmente em OLHAR DIGITAL
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