Designers apresentam alternativas como coletar resíduos de plástico ao longo de áreas costeiras e criar barreiras para detê-los ainda nos rios.
A conscientização sobre os malefícios do plástico descartável no cotidiano está em alta, porém ainda faltam políticas robustas que desestimulem seu uso. Enquanto isso, especialistas de áreas diversas buscam por soluções para reduzir os plásticos que já estão presentes no solo e, principalmente, na água – onde se decompõem e se transformam em microplásticos, o que torna ainda mais difícil a captura. Este é o caso do designer Zeteng Yan, que projetou módulos flutuantes para coletar resíduos plásticos ao longo de áreas costeiras, e do designer Moritz Schulz, que desenvolveu uma barreira flutuante para impedir que os mesmos cheguem aos oceanos.
Coletor de plásticos
Apelidado de Shield, o coletor de plástico do designer Zeteng Yan funciona a partir do impulso das próprias ondas do oceano, que conduzem o lixo para dentro do coletor. Ou seja, trata-se de uma solução com zero emissões poluentes e que não gera impactos negativos à vida marinha.
Cada Shield está conectado à costa por meio de uma corda, enquanto seu módulo frontal possui uma linha flutuante que sai direto para o mar. A água batendo contra suas superfícies em forma de V empurra qualquer possível resíduo direto para a “boca aberta” do Shield. Duas cavidades (uma na parte superior e outra na parte inferior) ajudam a coletar o lixo tanto na maré alta quanto na maré baixa. Quando a cavidade interna chega a sua capacidade, basta esvaziá-lo, conduzir os detritos para a reciclagem, e colocá-lo novamente para trabalhar. A ideia é que o coletor possa funcionar 24 horas por dia.
Já na estética, o modelo tem uma aparência que lembra uma baleia. A ideia era que o material fosse visualmente agradável, uma vez que deve ser colocado dentro do alcance de visão dos humanos.
Outro ponto interessante do projeto é que, para evitar colisão, luzes que operam com energia solar vão ajudar a manter o coletor visível. A luz também tem a função de facilitar a localização do Shield na água, porém, de qualquer forma, há um sinalizador SOS interno que pode ser ativado se houver necessidade.
Neste momento, Yan está em processo de construção de um protótipo em tamanho real para testar sua eficiência e refinar o projeto final.
Barreira flutuante
Já Moritz Schulz criou uma barreira flutuante para deter os resíduos ainda nos rios, impedindo-os de chegarem aos oceanos. Apelidado de TrashBoom, é uma solução modular feita de materiais de baixo custo disponíveis localmente e cuja implementação depende de baixa tecnologia.
Cada sistema TrashBoom pode ser feito de estrutura de aço, malha de arame, tubos PVC e garrafas PET. Com código aberto, a ideia é que o processo de design da barreira flutuante possa ser aprimorada e adaptada a diferentes realidades.
Moritz Schulz reconhece que coletar plásticos apenas “combate os sintomas” de uma grande problemática, porém acredita que a barreira seja uma solução razoável para um problema global complexo.
“O TrashBoom é definido e projetado como um tratamento de primeiros socorros para a poluição oceânica até que a sociedade e a economia se adaptem e reduzam o uso de plástico”, afirma o designer.
Fonte: CicloVivo
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