Parlamentares alinhados ao governo federal seguem em sua incansável luta para destruir o que sobrou da política ambiental. A Folha destacou a retomada da discussão de um projeto de lei que pretende viabilizar a construção de estradas dentro de unidades de conservação. O pano de fundo da proposta é a velha polêmica em torno da Estrada do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu (PR). Encabeçado pelo senador Álvaro Dias, o projeto tornaria possível não apenas a retomada da via, fechada nos anos 1980, mas também a abertura de novas estradas em outras áreas protegidas da União.
Atualmente, o projeto está em tramitação na Comissão de Meio Ambiente do Senado, mas o temor de ambientalistas é de que a pressão sobre o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, acabe criando um atalho para a votação diretamente no plenário, sem discussões adicionais pelos senadores.
Uma eventual aprovação do projeto colocaria em risco dezenas de Unidades de Conservação, que podem sofrer com novas pressões de desmatamento e queimadas por conta dessas estradas. A reportagem destacou também a reação da World Heritage Watch (WHW), entidade associada à UNESCO, que alertou para o risco de o Parque Nacional do Iguaçu perder o status de Patrimônio Natural da Humanidade caso a Estrada do Colono seja reaberta.
Em tempo 1: O Vaticano anunciou na semana passada a nomeação do arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, como cardeal da Igreja Católica, o 1º da região amazônica. Primo de D. Paulo Evaristo Arns e Zilda Arns, o religioso tem sido uma voz frequente nas discussões religiosas sobre a proteção da floresta, um tema importante na agenda da Igreja desde a publicação da encíclica Laudato Si’, pelo Papa Francisco, em 2015, e que também resultou no Sínodo para a Amazônia, há três anos. “A nomeação de um cardeal para a floresta é um sinal para o garimpo ilegal e seu braço no crime organizado, bem como para os agrotrogloditas da região”, escreveu Elio Gaspari na Folha e n’O Globo.
Em tempo 2: O avanço recente do desmatamento na Mata Atlântica traz grande preocupação não apenas pelo fato do bioma ser um dos mais degradados do país, mas também pelos efeitos que essa degradação pode causar para as dezenas de milhões de pessoas que vivem nela. No Estadão, Eduardo Geraque apontou caminhos possíveis para proteger o que resta da vegetação natural e recuperar áreas degradadas. Em suma, não faltam tecnologia ou expertise: o que falta mesmo é vontade política e recursos financeiros.
Em tempo 3: O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade nesta 3a feira (31/5) manter a suspensão de uma decisão judicial que autorizava novas permissões para pesquisa e mineração em Terras Indígenas. A decisão original, tomada pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF-1), tinha validado uma decisão da Agência Nacional de Mineração (ANM) para emitir novas permissões de pesquisa e lavra na TI Cinta Larga, em Rondônia. O Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso pedindo a suspensão cautelar da medida, o que foi aceito pelo STF.
Fonte: Clima INFO
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