A intensificação de eventos climáticos extremos ao redor do mundo, como a forte onda de calor que atinge a Europa na última semana, é um “grito de angústia” da natureza para a humanidade. Essa analogia foi destacada pelo Papa Francisco nesta 5ª feira (21/7), durante mensagem de celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, data simbólica da Igreja Católica para lembrar a importância da proteção do meio ambiente.
“O canto doce da criação convida-nos a praticar uma espiritualidade ecológica, atenta à presença de Deus no mundo natural”, disse o Sumo Pontífice. “Essa canção doce, infelizmente, vem sendo acompanhada por um coro de gritos angustiados. Primeiro, é a irmã Madre Terra que grita. À mercê dos nossos excessos consumistas, gente implorando para pararmos com os nossos abusos e a sua destruição. Depois gritam as diversas criaturas. (…) Mas gritam também os mais pobres entre nós. Expostos à crise climática, sofrem mais severamente o impacto de secas, inundações, furacões e ondas de calor que vão se tornando cada vez mais frequentes e intensas”.
O Papa também incluiu os Povos Indígenas e a juventude entre aqueles que sofrem por conta do desastre ambiental que vivemos. “Gritam ainda os nossos irmãos e irmãs dos Povos Indígenas, [com] seus territórios invadidos e devastados por todo o lado. (…) Enfim gritam os nossos filhos. Ameaçados por um egoísmo míope; os adolescentes pedem-nos ansiosamente, a nós adultos, que façamos todo o possível para prevenir ou pelo menos limitar o colapso dos ecossistemas do nosso planeta”. A Reuters repercutiu o apelo de Francisco.
Enquanto isso, o calor intenso também está causando problemas na China e nos Estados Unidos. De acordo com a Reuters, os chineses devem enfrentar dias de forte calor na próxima semana, com temperaturas na casa dos 40oC em quase todas as regiões do país. Já a Bloomberg destacou a situação dramática dos entregadores de encomendas nas grandes cidades chinesas. Como em outras partes do mundo, a pandemia aumentou a demanda sobre esses profissionais e isso tem se mantido no país por conta da persistência da COVID-19 em algumas áreas. No entanto, esses entregadores são forçados a enfrentar o calor intenso por horas a fio, sem descanso nem alívio. O Globo publicou uma tradução da reportagem.
O Valor informou que mais de 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos devem sofrer com uma forte onda de calor que se alastrará desde o oeste do país até o nordeste e o centro-sul. A expectativa é de temperaturas máximas acima dos 40ºC no Texas, em Novo México, Oklahoma e Arkansas. A Bloombergabordou como o calor intenso está causando problemas nas redes de transporte ferroviário nos EUA, o que já resultou na interrupção de serviços em algumas áreas. Reuters e Wall Street Journal também destacaram os efeitos do calor no país.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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