Ao menos três estados já encontraram resíduos de óleo; situação ocorre desde o vazamento do navio grego em 2019.
Manchas de óleo voltaram a aparecer em praias do litoral do Nordeste nos últimos dias. Ao menos três estados já encontraram fragmentos, sendo eles: Pernambuco, Paraíba e Bahia. A suspeita é que o material seja ainda proveniente do vazamento do navio grego ocorrido em 2019.
A presença de manchas de óleo foi detectada em praias de Porto Seguro, cidade turística da Bahia, na semana passada. No fim de semana, os fragmentos foram encontrados em praias de Salvador pela Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb) e, em seguida, por um morador do bairro Stella Maris. Autoridades locais não constataram nenhum derramamento recente na região.
Já o estado de Pernambuco foi o que mais registrou vestígios. Os casos foram notificados em pelo menos 12 municípios desde a última quinta-feira (25): Sirinhaém, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Recife, Olinda, Paulista, Igarassu, Itamaracá, Goiana, Ipojuca, São José da Coroa Grande e Tamandaré.
Após Pernambuco, foi a vez da Paraíba. Na capital, João Pessoa, e nos municípios de Pitimbu e Conde, foram avistados bolotas de óleo. O material coletado foi enviado para análises no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Tragédia sem fim
Em 2019, mais de mil localidades, em 11 estados, foram atingidas pelo vazamento do navio petroleiro de bandeira grega NM Bouboulina da empresa Delta Tankers. Acredita-se que a origem do material que vem aparecendo nos últimos dias seja ainda deste ocorrido. É o que acredita, por exemplo, o biólogo Ícaro Moreira, pesquisador da Universidade Federal da Bahia (Ufba) – a instituição monitora o material sempre que reaparece no estado.
Ao G1, o biólogo afirma que a hipótese mais aceita é de que o óleo estava na areia ou preso a rochas e sedimentos nos manguezais, tendo ressurgido devido à ressaca e o mar agitado.
Nos últimos três anos, manchas de óleo seguiram aparecendo nas praias do Nordeste. A primeira aparição de 2022 ocorreu ainda em janeiro em praias do Ceará e a mais recente – pouco antes destes últimos casos sequenciais – ocorreu em julho na cidade de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador.
Em 2020, especialistas alertaram para os riscos das manchas de óleo nos ecossistemas marinhos – mesmo após a retirada do material. O grupo defendeu a continuidade dos estudos de avaliação dos impactos e o desenvolvimento de tecnologia de monitoramento das águas, confira aqui.
Fonte: CicloVivo
Comentários