As notícias sobre desmatamento na Amazônia brasileira que nos chegam a cada mês são cada vez mais aterradoras. Já há algum tempo que o país vem registrando os maiores índices a cada medição comparativamente a períodos anteriores, sem que vejamos, por parte do governo federal, medidas efetivas para conter essa onda criminosa de ocupação de terras públicas e terras indígenas.
Embora não venha sendo cumprida nos últimos anos, a legislação ambiental brasileira é das mais ricas e rigorosas do mundo, legada desde a Constituição de 1988. Avançamos muito nos mecanismos de fiscalização e controle. Mas deixamos de avançar com a mesma velocidade em fomentar e incentivar um desenvolvimento menos predatório para a Amazônia, cujo potencial em bioeconomia é dos maiores do mundo.
Saberes e ativos da floresta têm sido utilizados no desenvolvimento de cosméticos, pela indústria farmacêutica e na área da alimentação. E isso é apenas o começo de um potencial ainda não totalmente conhecido, que pode colocar o Brasil na vanguarda ambiental mais uma vez – lugar que deixou vergonhosamente desde as últimas eleições presidenciais.
Hoje, existem empreendedoras e empreendedores que atuam na Amazônia gerando produtos e serviços com impactos positivos para a floresta e suas populações. Que utilizam os ativos da floresta de modo sustentável e geram renda para suas comunidades. Que valorizam os saberes da floresta.
Sou consumidora desses produtos porque, além de muito saborosos, funcionais e belos, trazem um pouco da riqueza amazônica para a minha casa e a sensação de que, de fato, estou contribuindo – mesmo que em escala menor do que eu gostaria, mas numa escala possível -, para que esses negócios sigam gerando impacto positivo nos territórios onde atuam e conservem a floresta em pé.
Além dos produtos em si, a riqueza das histórias que esses negócios trazem na relação com as comunidades, na valorização dos saberes, nas cadeias produtivas estabelecidas e sobre suas trajetórias com empreendedoras e empreendedores na Amazônia, nos faz perceber que outros mundos existem e são possíveis no Brasil.
Negócios estarão na NaturalTech, em São Paulo
O meu convite de hoje é descobrir esses outros mundos que nos chegam por meio desses produtos. E mais do que isso, conhecê-los.
Uma janela bacana se abriu para esse contato direto com os negócios e seus produtos. A NaturalTech, maior feira de produtos naturais da América Latina, acontece de 8 a 11 de junho na capital, e contará com a participação dos negócios que integram o movimento Amazônia em casa, Floresta em Pé, sobre o qual também já escrevi, aqui, no Conexão Planeta.
Ele começou em 2020, com o objetivo de ajudar esses negócios a manterem suas vendas durante a pandemia, e deu tão certo que foi transformado em um programa de acesso a mercados. Inicialmente, o movimento começou com 16 negócios. Hoje já são 35.
Ao todo, 32 deles estarão presentes, apresentando seus produtos e suas histórias ao público interessado. Muitos deles já conheço, outros vou ter a oportunidade de conhecer.
Chocolate com cacau nativo, café agroflorestal, castanhas, sucos, guaraná, suplementos alimentares, farofas, tucupis, geleias, pimentas, molhos, óleos, pescados, biocosméticos, artesanato, acessórios são alguns dos produtos que esse grupo de empreendedoras e empreendedores disponibilizarão na feira.
É uma boa oportunidade para conhecer de perto as pessoas, os processos e os produtos que ajudam a manter a floresta em pé.
Para saber mais e participar da NaturalTech, é preciso se inscrever em seu site.
Fonte: Conexão Planeta
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