Há poucos dias escrevi sobre a história da peixe-boi Paty, que parecia enfim ter tido um final feliz, ao dar à luz a um filhote. Todavia, no final de semana, a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) na da Costa dos Corais, em Alagoas, divulgou uma triste notícia: o filhote morreu.
Flori, como tinha sido batizada a jovem fêmea, ficou presa em galhos de mangue embaixo da água. A morte por afogamento foi confirmada por uma necropsia.
Esse é um dos principais aprendizados que os filhotes têm com as mães após o nascimento: saber como mergulhar e submergir. Mamíferos, os peixes-bois não conseguem respirar dentro da água, por isso precisam subir à superfície para buscar oxigênio.
“Apesar de atingirem até 4 metros quando adultos, os filhotes de peixe-boi são bastante frágeis, principalmente nos primeiros meses de vida. Eles dependem de um cuidado intenso da mãe por pelo menos 2 anos, período que são amamentados, e estão expostos a vários riscos ao longo de seu desenvolvimento”, explicaram os especialistas do ICMBio Costa dos Corais.
Flori tinha nascido no último dia 26 de abril, medindo 95 cm e pesando cerca de 12 kg. Sua mãe, Paty, foi resgatada muito debilitada, ainda filhote, em 2014, no litoral norte do estado de Alagoas, na praia de Pratagy.
Cinco anos depois, mais forte, Paty foi transferida para a área de Porto de Pedras, onde ficaria num recinto de aclimatação para que fosse preparada para ser devolvida à natureza. Os planos eram para que, em 2021, a fêmea fosse reintroduzida na vida selvagem. Entretanto, antes disso, os veterinários se depararam com uma surpresa.
Após passar algum tempo com o macho Raimundo, Paty acabou engravidando. Decidiu-se então pelo adiamento de sua soltura.
O registro do nascimento de Flori em cativeiro era considerado inédito no mundo.
“Temos certeza que a peixe-boi Paty ainda terá muitas oportunidades de ter outros filhotes, pois ainda é jovem e saudável”, escreveu a equipe do ICMBio em suas redes sociais.
Fonte: Conexão Planeta
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