Contra a bancada ruralista, uma “bancada do cocar”. Essa é a ideia de um grupo de mulheres indígenas que pretende apresentar nas eleições gerais deste ano candidatas ao Legislativo federal e estadual comprometidos com a proteção dos direitos fundamentais dos Povos Indígenas brasileiros e contra as “boiadas” e outros retrocessos promovidos pelo governo federal e seus aliados do “ogronegócio” no Congresso e nas Assembleias Legislativas.
“Nós queremos ocupar a política institucional. Nós estamos aqui para dizer que nós nunca mais vamos aceitar um Brasil sem nós”, disse Sônia Guajajara, que será candidata à deputada federal em São Paulo, durante plenária do Acampamento Terra Livre (ATL) na semana passada em Brasília. “Nós cansamos de ver nossas crianças sendo sugadas pelas dragas do garimpo ilegal, sendo contaminadas pelo mercúrio das mineradoras, pela lama que não vale a vida de ninguém. Nós aceitamos esse desafio porque nós não queremos mais ver as nossas florestas sangrarem”. Scarlett Rocha deu mais detalhes no Observatório da Mineração.
Outro ponto na agenda da mobilização indígena é a demarcação de terras, interrompida sob o governo Bolsonaro. “Território para os Povos Indígenas significa mais que um pedaço de terra, é a vida daquela comunidade”, escreveu Txai Suruí na Folha. “É dele que tiramos nosso alimento, é nele que caçamos, que pescamos, que crescemos, que encontramos o jenipapo para nos pintar, é onde existimos”.
Em tempo: O avanço do garimpo na Terra Indígena Yanomami está intensificando casos de exploração sexual de mulheres indígenas. De acordo com Daniel Biasetto n’O Globo, os garimpeiros estão aliciando mulheres Yanomami para um esquema de prostituição no qual elas são exploradas em troca de comida. Nem mesmo crianças escapam da brutalidade. As informações foram levantadas por um relatório da Hutukara Associação Yanomami, que será divulgado nesta 2ª feira (11/4).
Fonte: Clima Info
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