O noticiário recente sobre desmatamento na Amazônia parece disco riscado, mas é a simples e cruel verdade: estamos próximos de mais um recorde anual de derrubada de vegetação da (ainda) maior floresta tropical do planeta. Dados do sistema SAD, operado pelo Imazon, indicam que a Amazônia perdeu 1.191 km2 de floresta em abril, uma alta de 54% na comparação com o mesmo mês do ano passado (778 km2). Com isso, a região teve seu pior abril desde que a série histórica se iniciou, há 15 anos.
O dado é assustador: é como se a Amazônia tivesse perdido uma área equivalente à do município do Rio de Janeiro (1,2 mil km2) em apenas um mês. E, como destacamos aqui, isso aconteceu em um período do ano ainda marcado pelas chuvas, que costuma ter registros de desmate mais baixos. A partir de agora, com a chegada da temporada seca na Amazônia, a expectativa é de que a derrubada de floresta se torne ainda mais intensa. De acordo com a plataforma de inteligência artificial PrevisIA, o desmatamento total entre agosto de 2021 e julho de 2022 pode ficar na casa dos 15 mil km2.
No top 3 dos estados com maiores números de desmatamento em abril estão Mato Grosso (372 km2, 31% do total), Amazonas (348 km2, 29%) e Pará (243 km2, 20%). Mas se considerarmos os últimos nove meses do calendário anual de desmatamento, o Pará é o estado que lidera a lista, concentrando 38% da perda acumulada de floresta de agosto até abril. Da área desmatada em território paraense no último mês, 40% (95 km2) aconteceu dentro de Unidades de Conservação, que deveriam estar protegidas. g1, Metrópoles, O Liberal, Poder 360 e Um Só Planeta destacaram essas informações.
Enquanto isso, o Conselho Nacional da Amazônia Legal deu mais uma demonstração de sua inutilidade. Depois de meses sem qualquer encontro, a despeito da escalada do desmatamento, o colegiado fez ontem (11/5) sua 1areunião de 2022. Para surpresa de ninguém, o resultado final foi um belo e redondo nada: o vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho, não apresentou qualquer medida nova do governo federal para combater a destruição florestal. A reunião se limitou a uma leitura burocrática do que cada ministério vem fazendo nos últimos tempos, sem qualquer sinalização de um plano maior e mais abrangente contra o desmatamento. g1 e Valor abordaram essa notícia.
Fonte: Clima INFO
Comentários