A Meta, empresa controladora do Facebook, anunciou nesta 5ª feira (7/4) que derrubou uma série de perfis de usuários e páginas que continham postagens enganosas e mentirosas sobre meio ambiente, clima e desmatamento no Brasil. De acordo com a plataforma, oficiais do Exército Brasileiro foram identificados como responsáveis por algumas dessas contas.
Suas identidades não foram reveladas, mas o Estadão puxou um pouco o fio da meada e conseguiu confirmar que são dois oficiais do Exército, com pelo menos seis anos de corporação, provavelmente na área da cavalaria. “Encontramos essa rede como resultado de nossa investigação sobre suspeita de comportamento inautêntico coordenado na região. Embora as pessoas por trás dele tenham tentado esconder suas identidades e coordenação, nossa investigação encontrou ligações com indivíduos associados às Forças Armadas brasileiras”, afirmou a plataforma.
Segundo a Meta, com base em uma investigação digital feita pela empresa Graphika, os perfis e as páginas tentavam se passar por organizações não-governamentais e ambientalistas. Em suas postagens, os autores minimizavam a alta no desmatamento na Amazônia e enalteciam a atuação do governo Bolsonaro no combate às ilegalidades. As postagens também acusavam ONGs, políticos, personalidades e ambientalistas do exterior de estarem por trás de interesses econômicos internacionais na Amazônia brasileira. Não à toa, esses argumentos têm sido utilizados por defensores dentro e fora do governo federal para responder às cobranças pelo descontrole do desmate.
Algumas páginas falsas tentavam se passar por organizações ambientalistas de credibilidade. Em outros casos, as informações de endereço virtual e físico eram falsas, o que reforçou a suspeita sobre a conduta de seus autores. Os posts, que também eram publicados no Instagram, utilizavam hashtags comuns em conteúdos relacionados ao meio ambiente, como #Amazônia, #Desmatamento e #NaturePhotography, em um esforço para ganhar engajamento nas plataformas. A análise da Meta não informou qual era o alcance desses usuários e páginas e quantas pessoas podem ter sido ludibriadas pelo conteúdo falsificado.
Carta Capital, CBN, CNN Brasil, g1 e Poder360 também repercutiram essa notícia.
Fonte: Clima Info
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