A explosão do desmatamento e das queimadas na Amazônia sob o atual governo se reflete nas emissões de dióxido de carbono da floresta. Um estudo inédito, conduzido por pesquisadores do INPE, concluiu que, entre 2019 e 2020, o volume de CO2 liberado na região mais que dobrou em relação aos oito anos anteriores.
Emissões de Carbono
Entre 2010 e 2018, a média anual de emissão de CO2 na Amazônia foi de 250 milhões de toneladas; em 2019, esse total subiu para 440 milhões, e saltou para 520 milhões no ano seguinte. Só em 2020, o aumento das emissões de carbono na Amazônia foi de 117% em comparação com o período assinalado.
O Globo destacou os principais pontos da análise. Os pesquisadores concluíram também que a floresta amazônica está mais seca, com uma queda de 12% nas chuvas a partir de 2018 na comparação com os oito anos anteriores. A Amazônia também está mais quente, com um acréscimo de 0,6ºC na temperatura média. A piauí também repercutiu esse dado.
O novo estudo parte de uma análise anterior, na qual os pesquisadores mostraram que a porção oriental da floresta estava perdendo sua capacidade de absorver carbono, a ponto de negativar seu balanço carbônico – ou seja, passou a emitir mais CO2 do que absorver.
“Nós postulamos que as consequências do colapso na fiscalização levou a um aumento de desmatamento, queima de biomassa e degradação produzindo perdas líquidas de carbono e acelerando seca e aquecimento em partes da floresta”, escreveram os autores.
Os dados de 2022 não devem diferir muito. Como sinalizou a Folha, as queimadas seguem crescendo de forma preocupante na Amazônia, de maneira que os dados parciais de setembro já indicam uma alta na comparação com os dados totais do pior setembro do governo Bolsonaro.
Nos 20 primeiros dias de setembro, foram registrados 32.137 focos de calor, de acordo com o INPE, número superior ao do mesmo mês em 2020; nesse ritmo, setembro de 2022 pode bater o de 2017 como o de maior número de queimadas da última década.
Em tempo: O Mongabay abordou a situação da Reserva Extrativista (RESEX) Baixo Rio Branco-Jauaperi. Ela é a última RESEX criada na Amazônia pelo governo federal, ainda na gestão Temer, em 2018. Quatro anos depois, ela segue aguardando um plano de manejo e a criação de um conselho de representantes das comunidades locais. Enquanto isso, os ribeirinhos assistem ao avanço da pesca predatória, ameaçando sua subsistência.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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