Transferência da gestão sobre trecho da rodovia BR-319 do Dnit-AM para o de Rondônia trata-se de “movimento orquestrado do governo federal”
Candidato a senador da República, Elissandro Bessa (Solidariedade) disse, em entrevista ao ATUAL nesta quarta-feira (31), que a transferência da gestão sobre trecho da rodovia BR-319 do Dnit-AM para o de Rondônia trata-se de “movimento orquestrado do governo federal” porque envolve dinheiro público que chegará próximo de R$ 1 bilhão.
Bessa lembrou que no dia 1º de julho o governo federal publicou a portaria retirando a autonomia do Dnit do Amazonas para obras sobre o trecho entre o km 250,7 e o km 740, que passou à responsabilidade do Dnit de Rondônia, e, dias depois, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) concedeu a autorização prévia para recuperação do mesmo trecho.
“O volume de dinheiro, de recurso para essa obra chega a algo em torno de R$ 1 bilhão. O que você vê são movimentos orquestrados do governo federal para que esse dinheiro fique nas mãos do Dnit em Rondônia. Sai daqui do nosso estado, deixa de gerar emprego aqui, contratações aqui; a gestão passou para Rondônia. Isso é uma vergonha”, disse Bessa.
O candidato disse que desconfia desses movimentos do governo federal. “Há muitos interesses, e um deles, pelo que estou percebendo desses movimentos do governo federal, é o desvio de dinheiro. O senador é o fiscal disso. Ele tem que estar lá fiscalizando. Tem que chamar o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal, para estar com uma lupa em cima disso. É muito estranho”, afirmou Bessa.
O vereador afirmou que, ao “esvaziar” o Dnit do Amazonas, o governo federal também atingiu outra importante rodovia, a BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). “Vocês sabem que a BR-174 também está intrafegável, de Presidente Figueiredo até a fronteira com Boa Vista. Isso é de propósito. Não vamos aceitar”, disse o candidato do Solidariedade.
Bessa considerou as ações do governo federal como vergonhosas. “Não vamos aceitar isso. Se chegarmos a Brasília, vamos imediatamente cobrar que isso retorne para o Dnit [do Amazonas]. Nós temos engenheiros aqui, temos competência para fazer esse trabalho aqui. Isso vai gerar emprego aqui. É muito estranho esse posicionamento do governo federal”, disse.
Salários, cotão e assessores
Ao ser questionado sobre assuntos que geraram polêmica neste ano na Câmara Municipal de Manaus, Bessa defendeu o aumento da Ceap (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar), o famoso “Cotão”, e o uso do número máximo de assessores. Segundo ele, o vereador precisa ter um olho em cada região da cidade para fiscalizar os problemas que afetam a população.
“O que foi feito com relação ao salário e cotão foi ajustado como ocorre a nível federal, estadual e municipal. Não tinha reajuste desde 2012 na Câmara Municipal de Manaus. Desde 2012, não havia esse enquadramento. A Câmara Federal e a Assembleia reajustavam e a Câmara de Manaus ficava em stand-by. Só foi seguido o padrão”, afirmou Bessa.
Ele considera o aumento do cotão justo. “Eu achei justo pelo trabalho que você tem em Manaus. Não é uma cidade como Belém, São Paulo e Rio de Janeiro. Somos muito maiores. Nós trabalhamos. Eu uso a minha Ceap e todos os assessores que eu tenho para fazer esse trabalho por Manaus. Eu preciso desses valores para desempenhar meu trabalho”, completou o candidato.
Em relação aos assessores, Bessa também defendeu mencionando as dimensões territoriais de Manaus. “Tem vereador que usa todos os [45] assessores. Pelo tamanho da cidade, é necessário que alguns vereadores usem. Eu, por exemplo, uso. Eu tenho um assessor na comunidade São Sebastião, eu tenho assessores que trabalham na zona leste, zona norte da cidade”, disse.
De acordo com o vereador, os assessores não ficam no gabinete, mas nas ruas. “Não estão lotados todos os 45 assessores dentro do gabinete. Os nossos tem que estar na rua vendo as demandas, que não são poucas, trabalhando nessas demandas para o vereador trabalhar. Nós vivemos em uma cidade do tamanho do estado, é muito grande”, afirmou Bessa.
“O assessor é necessário. Pra ele estar lá na comunidade. [Ele informa:] ‘Olha, Bessa, a bomba estourou. Eu fiz o cadastro. O médico não veio aqui. Ele ficou de vir aqui na comunidade, mas não veio’. Quem vai me dizer isso? Eu tenho que ter… Os meus olhos tem que estar lá, olhando. E estando lá já tem essa dificuldade toda imagina se não tivesse”, completou o candidato.
Originalmente publicado por: AMAZONAS ATUAL
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