Encontrar formas de transformar o conjunto de conflitos seculares em uma construção em prol de um mundo melhor é uma transformação dos direitos que não temos em oportunidades de desenvolvimento para as populações que aqui vivem. Isso me parece a maior possibilidade da democracia liberal na Amazônia.
Por Augusto Cesar Rocha
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Exercer direitos é um desejo de todos. O mesmo vigor deveria ser dado para o respeito aos direitos dos demais. Neste dia seguinte de eleições presidenciais, independente do lado em que estejamos, devemos nos lembrar da importância do respeito ao outro. As Políticas Públicas recentes nas grandes questões científicas da Amazônia podem ser traduzidas em ausências de políticas, mas poderiam ter sido um conjunto de políticas, lideradas pelo Brasil, com ciência, tecnologia e respeito ao meio ambiente.
Ortega Y Gasset afirmou que a democracia liberal é a mais alta vontade de convivência. Temos na Amazônia a possibilidade de construir este ambiente democrático e liberal, pela prosperidade do país e do planeta. Encontrar formas de transformar o conjunto de conflitos seculares em uma construção em prol de um mundo melhor é uma transformação dos direitos que não temos em oportunidades de desenvolvimento para as populações que aqui vivem. Isso me parece a maior possibilidade da democracia liberal na Amazônia.
Mudanças trazem consigo dúvidas e medos ou esperanças e oportunidades. Precisamos escolher a melhor perspectiva. Mais uma vez, precisamos tentar construir uma pauta sustentável para a região, onde o econômico, o social e o ambiental são igualmente importantes, sem sobreposição ou esquecimento de qualquer dos aspectos, como tem acontecido desde sempre.
Podemos ter esperança de que isso acontecerá? Precisamos ter a esperança, pois a opção pelo medo, pela desesperança e pela raiva é o contrário do que levará à construção – precisamos perceber quais sentimentos constroem e quais destroem, antes de deixarmos eles entrarem em nosso ser. Independente do lado, precisamos sair de uma esperança, para uma esperança renovada.
A esperança é importante para o desenvolvimento. Precisamos romper o desejo da não convivência e o desrespeito ao próximo. Vai acontecer ou não? Seremos mais uma vez colocados de lado na pauta do desenvolvimento humano nacional? Impossível saber.
O que nos resta é ter mais um voto de confiança no melhor, com a redução das taxas de desmatamento, o aumento do recurso para a ciência e a construção de um esforço internacional pelo desenvolvimento da Amazônia, com a liderança nacional. Esta esperança espelha o futuro? Não sei, mas como sociedade democrática, deveremos seguir lutando por isso, se formos verdadeiramente brasileiros – afinal, o que seria melhor do que isso?
Encontrar as Políticas Públicas que nos unam, com mais livros e menos armas, sem renunciar à soberania – parece um bom sonho para perseguir – tomara que ele não pereça, como tem acontecido ao longo dos últimos séculos. Fiquemos alertas e dispostos para a construção, resistindo aos destruidores, de qualquer lado, pois governos passam e passarão, mas seus rastros de construção ou de destruição ficarão na eternidade.
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