O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) propõe o zoneamento ecológico e o monitoramento por satélites para proteger a Amazônia contra o desmatamento. Em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira (27), Ciro afirmou que o crime domina a fronteira do Amazonas e criticou o policiamento insuficiente na região.
“O Amazonas, que é um estado maior que a Espanha e Portugal e um pedaço da Itália juntos, tem duas delegacias da Polícia Federal”, disse.
Ciro relembrou a política de ocupação da Amazônia adotada no governo militar (1964-1985) e avaliou como isso afetou a forma de exploração dos recursos naturais da região.
“Quarenta milhões de brasileiros foram chamados a migrar para a Amazônia não faz muito mais que uma geração, 30 anos atrás. ‘Integrar para não entregar’, lembra do slogan da ditadura? Qual era a condição do amazônida receber o título da terra do Incra? Provar para o Incra que tinha desmatado. De repente, no lapso de uma geração, isso virou crime hediondo”, disse.
O candidato sugere o zoneamento econômico-ecológico com participação de populações tradicionais para definir as áreas que podem ser exploradas e usar ferramentas como crédito, capacitação gerencial, associativismo para grande escala e propaganda como parte de um programa de reconversão econômica.
“Porque esse amazônida tradicional só sabe fazer isto e ele considera isto trabalho honesto: entrar no mato, tirar o mogno, vender, pescar, caçar, desmatar, botar o gado, ele só sabe fazer isso. Nós precisamos reconverter, mostrar que a floresta em pé vale mais que isso”, explicou.
Ciro também considera o monitoramento por satélites. O candidato argumenta que a qualidade das imagens permite ver a extração ilegal de madeira.
“Uma coisa é um cidadão que pega meio hectare e faz uma roça do jeito que os índios faziam, que é desmata, faz a coivara, e queima isso e o satélite sequer vê. Outra coisa é você, em 48 horas, [desmatar] 1 mil hectares. Isso só se faz com máquina”, comparou.
Fonte: Amazonas Atual
Comentários