Imunologista da Universidade de Trinity, na Irlanda, alertou para o crescimento de relatos de suores noturnos com a prevalência da BA.5
Por Agência O Globo
Desde 2020, a Covid-19 tem provocado sinais diferentes no corpo devido ao surgimento de novas variantes de preocupação e por grande parte da população mundial estar com algum nível de imunidade para o vírus, seja pelas vacinas, seja por infecção prévia. Depois das tradicionais perda de olfato e de paladar, hoje as queixas mais comuns envolvem nariz escorrendo, tosse persistente e garganta arranhando, segundo monitoramento do Reino Unido. Porém, ao passo que a subvariante da Ômicron BA.5 torna-se predominante no planeta, cientistas acompanham se há também novas reclamações – e uma delas chamou atenção de um importante imunologista da Universidade de Trinity, na Irlanda: os suores durante a noite.
“Um sintoma extra para BA.5 que vi esta manhã são os suores noturnos. A doença é um pouco diferente porque o vírus mudou. Existe alguma imunidade a isso, com as células T (de defesa) e assim por diante. E essa mistura de seu sistema imunológico e o vírus sendo ligeiramente diferente pode dar origem a uma doença também diferente com, estranhamente, suores noturnos sendo uma característica”, contou o imunologista Luke O’Neill à rádio irlandesa NewsTalk.
A BA.5, assim como uma versão semelhante chamada de BA.4, tem se tornado rapidamente a principal responsável por novos casos de Covid-19 nos países em que foi detectada. No último dia 14, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou que a subvariante deve se tornar predominante nas Américas em semanas.
No Brasil, de acordo com o último levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com base na análise de mais de 150 mil testes PCR dos laboratórios da Dasa, DB Molecular e HLAGyn, os casos prováveis de BA.4 e BA.5 cresceram de 79,3% para 93,2% nas duas últimas semanas de junho.
Segundo uma série de estudos publicados em revistas científicas como The Lancet, Nature e New England Journal of Medicine, as sublinhagens são altamente transmissíveis e têm a maior capacidade até agora de escapar da resposta imunológica conferida pela vacina ou por uma contaminação anterior. Isso significa que casos de reinfecção estão cada vez mais comuns, embora os imunizantes continuem a conferir proteção para formas graves da Covid-19.
“Muito importante, se você for vacinado e receber o reforço, não deve progredir para uma doença grave”, destacou o imunologista, que comentou ainda sobre as novas versões dos imunizantes que estão a caminho: “Tanto a Pfizer quanto a Moderna disseram que terão uma vacina (específica para a) Ômicron em setembro, e terão uma para BA.4 e BA.5 em outubro. Então, quando chegarmos a esse ponto, faria sentido começar a usar esses mais novos. Mas, os atuais ainda estão dando uma boa proteção de qualquer maneira”.
No último mês, uma nova análise de dados do aplicativo Zoe, que monitora os sintomas relatados da Covid-19 no Reino Unido, indicou quais são os sinais mais frequentes no momento em pessoas vacinadas com duas doses e entre os não vacinados.
Os resultados, divulgados pela parceria de pesquisadores do King´s College de Londres e da Universidade de Londres, com apoio do Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS), mostrou que para os imunizados os sintomas mais comuns, em ordem crescente, são: nariz escorrendo, dor de cabeça, espirros, dor de garganta e tosse persistente.
Já para aqueles que não tomaram nenhuma dose da vacina, os sintomas são: tosse persistente, febre, nariz escorrendo, dor de garganta e dor de cabeça.
Texto publicado em Saúde IG
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