Agência FAPESP – O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação reunirá, nesta sexta-feira (27/05), cientistas ligados ao desenvolvimento de políticas públicas na área de meio ambiente. Eles apresentarão avanços em temas como mobilidade urbana, mitigação de desastres ambientais e redução do impacto das emissões de gases de efeito estufa nas cidades.
O pesquisador Julio Romano Meneghini, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), vai apresentar o modelo do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), apoiado por FAPESP e Shell.
“O centro está estruturado no modelo de hélice tríplice, envolvendo a academia, o governo e a iniciativa privada. Atualmente conta com 30 projetos em andamento”, diz. Os estudos estão ligados a cinco programas: Soluções Baseadas na Natureza (NBS), Captura e Utilização de Carbono (CCU), Captura e Armazenamento de Carbono na Produção de Biocombustíveis (BECCS), Gases de Efeito Estufa (GHG) e Percepção Pública (Advocacy).
Glaucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química da USP e integrante do Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN-FAPESP), vai mostrar como o uso da bioenergia (bioetanol e biodiesel) no contexto brasileiro contribui com uma grande parcela das “emissões evitadas” de gases do efeito estufa. O Estado de São Paulo gera sozinho uma grande quantidade de resíduos de biomassa, como bagaço de cana, vinhaça, resíduos sólidos urbanos e óleo pós-consumo.
Segundo Souza, já existem tecnologias para transformar esses resíduos em eletricidade, biogás, biometano e hidrogênio verde, em diferentes níveis de maturidade. “O uso de resíduos urbanos é mais complexo e precisamos estimular a pesquisa para elevarmos a tecnologia ao nível de comercialização e encontrarmos soluções inovadoras”, diz.
A economia circular pode valorizar os resíduos para a produção de bioprodutos antes da produção de biocombustíveis. Para avançar nessa agenda, o BIOEN lançou uma chamada de propostas em uma parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA).
O terceiro palestrante, Roberto Speicys Cardoso, pesquisador e empreendedor na área de mobilidade urbana, falará sobre a descarbonização do transporte público. Ele trará duas experiências em andamento. O primeiro projeto é o Monitor de Emissões do Transporte Público da Cidade de São Paulo, uma plataforma de big data para acompanhamento das metas de emissões da rede de ônibus da cidade, apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26), em Glasgow. O segundo trata da análise de viabilidade da eletrificação do transporte público no Rio de Janeiro. Cardoso é um dos fundadores da empresa Scipopulis, que conta com apoio da FAPESP pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Maria Alexandra Cunha, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp-FGV), apresentará o Projeto Dados à Prova d’Água.
Ela vai explicar como o engajamento com a produção de dados, o compartilhamento e o uso podem melhorar a resiliência da cidade a eventos de inundações. A pesquisa foi desenvolvida em comunidades das cidades de São Paulo e Rio Branco (AC), numa parceria internacional com as universidades de Warwick e Glasgow (UK), Heidelberg (GE) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação é uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a FAPESP para a realização de eventos de divulgação científica dirigidos à sociedade, legisladores, gestores públicos e demais interessados.
O evento desta sexta-feira será transmitido das 15h às 17h pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no YouTube. O acesso também pode ser feito pelo link: fapesp.br/15487/solucoes-para-o-meio-ambiente-urbano.
Fonte: Agência FAPESP
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