A bioeconomia tem sido o foco de debates para impulsionar um desenvolvimento responsável e sustentável
Qual o mundo que queremos para o futuro? A bioeconomia tem estado no centro das discussões como meio de contribuir para um desenvolvimento responsável e sustentável para os dias atuais e para as próximas gerações. Já há discussões sobre os impactos da bioeconomia na agenda de projetos econômicos e que também promovam inclusão social, aliados à preservação e conservação ambiental.
Entre os debates estão o potencial da economia da floresta, da bioeconomia e das soluções baseadas na natureza, na geração de riqueza, empregos e desenvolvimento regional, ajudando a valorizar os ecossistemas e a reduzir as emissões. Além disso, também está em discussão como as soluções baseadas na natureza e como estas podem transformar a economia atual, o potencial dos produtos da bioeconomia e da economia florestal, além dos desafios para desenvolvimento de iniciativas e competição com o mercado internacional.
Bioeconomia e Cadeias produtivas na Amazônia
A inovação está em foco no desenvolvimento de cadeias produtivas da sociobiodiversidade que fomentam a valorização da bioeconomia. Entre as alternativas viáveis está em projetos de empresas para diminuição do impacto ambiental de sua cadeia de suprimentos, onde comunidades locais possam ser direta e indiretamente beneficiadas. Mariano Cenamo, diretor de novos negócios do Idesam e CEO da AMAZ aceleradora de impacto, faz um alerta para o impacto de investimentos em bioeconomia.
“Vemos que, hoje, o Brasil está perdendo muitos investimentos internacionais para o desenvolvimento econômico na região, e vai perder a posição de protagonista em uma economia do carbono, que eu não tenho dúvidas, será tão relevante nos próximos 30 anos”, frisou Cenamo, durante participação como palestrante na 4ª edição do Conexão pelo Clima. Ele defende a importância e necessidade de soluções baseadas na natureza, com tendências, produtos e negócios que têm a bioeconomia como foco e empresas que investem em cadeias produtivas sustentáveis ou de baixo carbono.
Cenamo defende que é fundamental incentivar essa economia. “Ela vai regenerar ou usar a floresta de forma sustentável. No Café Apuí Agroflorestal, por exemplo, não tem muita tecnologia na produção agroflorestal, é um produto que todo mundo consome, é um produto que gera mais renda para o produtor e mercado não falta. Tem muita gente utilizando a produção agroflorestal em diferentes culturas no país, como no cacau, café, laranja e esse é o caminho. Na Amazônia, além da adaptação ao clima, você tem a adaptação ao ciclo de nutrientes. A produção agroflorestal fornece tudo isso. Na Amazônia, o que conseguimos provar é que também ganhamos em produtividade”, disse.
Conexão pelo Clima
Entre os debates sobre temas relacionados a bioeconomia, destaca-se a realização da 4ª edição do Conexão pelo Clima, evento que ocorreu em setembro deste ano e foi marcado pela divulgação de alternativas e perspectivas da bioeconomia e cadeias produtivas. O Idesam foi uma das instituições parceiras no apoio para a organização da feira de negócios, apresentando ao público as parcerias da Amazônia Agroflorestal com o Café Apuí Agroflorestal e os óleos vegetais da linha Inatú Amazônia, além da participação em painéis do evento. A iniciativa foi idealizada pelo CDP Latin América e O Mundo que Queremos, tendo apoio institucional do Idesam, Climate Ventures e iCS.
O Idesam participou do painel “Destravando a Bioeconomia”, onde foram abordados a conexão entre oportunidades econômicas, o impacto local e o futuro do desenvolvimento sustentável no Brasil. Os recentes resultados da AMAZ Aceleradora de Impacto foram um dos destaques na roda de conversa. O Idesam ainda participou e organizou dois painéis no evento: “Bioeconomia e Cadeias Produtivas” com o debate sobre necessidades de inovação e desenvolvimento de cadeias produtivas, tendo a contribuição do case Inatú Amazônia, e “Inovação em Bioeconomia” com apresentações e discussões sobre o investimento em P&D e Tecnologia para destravar a bioeconomia.
A especialista em cadeias da sociobiodiversidade do Idesam, Louise Lauschner, destacou a importância da bioeconomia estar em pauta em iniciativas como essa. “Foi muito interessante participar do evento e ver as ações com essa pauta. Antes, falávamos muito sobre um plano de ação para cinco, dez, quinze anos e precisamos fazer isso agora. A Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha (ASPAC) em Lábrea, por exemplo, foi prejudicada com a cheia do rio, em 2021 e 2022, não podendo coletar sua Andiroba e seu Murumuru a tempo, impactando diretamente nos valores gerados para as comunidades que trabalham com isso. As pessoas que vivem na floresta já estão sentindo os impactos climáticos”, disse.
Feira de Negócios
O Idesam atuou ainda na organização da feira de negócios do Conexão pelo Clima, com mais de 14 marcas participantes. No evento, foram apresentados a Amazônia Agroflorestal, com o Café Apuí, os óleos da linha Inatú Amazônia e outros 12 negócios de impacto que usam a bioeconomia em sua cadeia produtiva. Os participantes da feira também puderam fazer networking, comercialização e publicidade de seus produtos e serviços. Entre os negócios de impacto convidados estiveram presentes: Agrosmart, Terramazonia Superplants, Darvore, Instituto Arapyau, Sattva, Raízes do Brasil, Soul Brasil Cousine, Jambuzera, Deveras Amazonia, Moma, Manioca, Mahta e Go Heatlh Foods.
Fonte: Idesam
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