Amazônia
Falou-se de muita coisa no primeiro (e, até segunda ordem, único) debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado no domingo (28/8) por um pool de veículos de comunicação. Mas houve pouquíssimas citações à Amazônia – e, quando houve, não foram além das platitudes. Muito pouco, pouquíssimo, se considerarmos como a situação da floresta se tornou mais dramática nos últimos anos, minando o que restou de prestígio internacional para o Brasil.
“Ficou tudo desconectado ao se relegar a Amazônia a lugar nenhum. Falou-se das lacunas de educação, de jovens que nem estudam nem trabalham, de corrupção, de armas, de misoginia, de estado laico, PIB, do agro e até de encantadores de serpentes”, escreveu Daniela Chiaretti no Valor. “Descarbonização? Passou longe dos presidenciáveis. Alguém precisa avisá-los que não há futuro, para o Brasil e o mundo, se não se colocar a Amazônia no centro do palco”.
Ironicamente, enquanto os candidatos não dão atenção à floresta, a imprensa internacional segue focando a Amazônia no noticiário sobre as eleições brasileiras. Na Folha, Nelson de Sá fez um apanhado de algumas reportagens recentes que abordaram o nexo eleições-meio ambiente no Brasil, como a matéria de Terrence McCoy, publicada no Washington Post, sobre o colapso da fiscalização ambiental, além de outros acontecimentos que repercutiram lá fora, como a morte do último indígena Tanaru.
Em tempo: O Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de 60 dias, a partir do último dia 24, para que o IBAMA retifique os problemas em seu sistema de fiscalização e autuação ambiental apontados por uma análise recente. A auditoria revelou que, desde que o governo Bolsonaro impôs uma etapa intermediária de “conciliação”, a tramitação das multas entrou em um labirinto sem fim. Para piorar, falta pessoal suficiente para lidar com o trabalho de “conciliação”, o que acaba atrasando ainda mais o andamento dos processos e facilitando a derrubada das multas. A notícia é do ((o)) eco.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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