A Amazônia é uma região marcada por paradoxos. Por um lado, a maior floresta tropical do planeta, com um potencial incomensurável em recursos naturais, o que coloca o Brasil como uma potência ambiental global. Por outro lado, os piores índices de desenvolvimento humano e de violência do Brasil, reflexo da ocupação desordenada, de projetos malfeitos de exploração econômica e da ausência do Estado de Direito e de bem-estar social. Como resultado, a floresta está sendo destruída, a riqueza está indo embora, a pobreza está ficando e o carbono está sendo liberado em volumes crescentes à atmosfera.
Pensar em desenvolvimento sustentável em um contexto tão desafiador tem sido a marca do projeto Amazônia 2030. No Valor, Daniela Chiaretti fez um panorama do trabalho desenvolvido pela iniciativa, que envolveu até agora 60 pesquisadores de universidades da Amazônia, além de FGV, Insper e PUC-Rio, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O objetivo do projeto é fazer um raio-X detalhado das crises econômica, social e ambiental que marcam a paisagem amazônica no Brasil, de maneira a oferecer aos agentes públicos e privados informações confiáveis para subsidiar novas iniciativas e políticas de desenvolvimento sustentável para a região.
“Tudo o que se pensa sobre o Brasil é diferente na Amazônia. É como se fossem dois países, com realidades sociais, ambientais e econômicas muito diferentes”, observou Adalberto Veríssimo, do Imazon, um dos coordenadores do Amazônia 2030.
Um dos pontos mais importantes identificados nos levantamentos feitos até agora é a questão da juventude amazônica: enquanto o resto do Brasil está ficando mais velho, a população jovem na Amazônia está crescendo. O problema é que a violência e a falta de oportunidades econômicas sustentáveis e seguras colocam em risco essa população. “Os jovens encontram um ambiente de trabalho difícil, com baixa qualidade e muita gente na informalidade. Há um enorme desalento”, ressaltou Veríssimo.
Fonte: Clima Info
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