Fernanda Trisotto informou n’O Globo que o governo brasileiro gastou cerca de R$ 670 milhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para subsidiar a geração elétrica via carvão mineral em 2020. Esse fundo é abastecido com recursos cobrados na conta de luz de todos os consumidores e, em tese, deveria ser direcionado para bancar iniciativas como a tarifa social para as famílias mais pobres. “Você paga, em sua conta, subsídios a carvão mineral. Essa não deveria ser uma estratégia do governo. Não faz mais sentido”, criticou o economista Diogo Lisbona (FGV). Este ano, esse valor provavelmente será ainda maior em virtude do acionamento de praticamente todo o parque termelétrico brasileiro para evitar o colapso do sistema durante a crise hídrica. De acordo com o g1, a geração de energia térmica atingiu em agosto seu recorde histórico, junto com a geração via fontes renováveis (solar e eólica). No mês passado, a geração termelétrica bateu os 19 mil megawatts-médios (MWmed), o segundo mês seguido de recorde na produção por essas usinas. As eólicas produziram 11,1 mil MWmed e as solares, 870 MWmed. Já a geração hidrelétrica caiu para 32,9 mil MWmed, representando 50% da geração elétrica total do Brasil em agosto.
O Globo destacou também os novos investimentos na geração termelétrica para os próximos cinco anos: pelo menos R$ 12 bilhões até 2026. O principal incentivo para esses investimentos está na estratégia do governo federal para sair da crise da geração hidrelétrica: em outubro, o ministério de minas e energia realizará um leilão simplificado para compra de adicional de energia, com prazo entre abril de 2022 e dezembro de 2025 e possibilidade de entrega antecipada. Isso significa que a tarifa elétrica dificilmente vai ficar mais barata no médio prazo, já que a energia termelétrica é mais cara do que a hidrelétrica.
Fonte: ClimaInfo
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