O governo federal vai aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até o final deste ano. A medida surge como proposta para arrecadar fundos para o Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família. De acordo com o Ministério da Economia, pretende-se arrecadar pouco mais de R$ 2 bilhões. Neste episódio do Sociedade em Foco, José Luiz Portella comenta a proposta do projeto de política pública.
Para Portella, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao lado de sua equipe, cometeu um “erro brutal” com a questão dos precatórios, já que era uma situação previsível. “Ele está desesperado com a questão do precatório”, comenta. Ainda de acordo com Portella, o orçamento foi muito malfeito, o que pode gerar falta de dinheiro para muitas rubricas. Nesse sentido, o professor também mostra como é contraditório o aumento do imposto pelo governo, que disse que não aumentaria durante a gestão, o que pegou toda a população de surpresa. “Isso é um desastre porque, do ponto de vista de políticas públicas, não só fica claro o mau gerenciamento do orçamento, como também surge o problema de falta de dinheiro para bancar políticas públicas”, explica Portella.
Até as eleições surgirão muitas surpresas negativas, tanto para o mercado financeiro quanto para o político. “Nós não vamos ter políticas públicas em 2022 devido às eleições, mas também não teremos em 2023, já que os rombos orçamentários deverão ser cobertos pelo presidente eleito”, avalia Portella. Por fim, ele conclui que o aumento do IOF surge como um sinal de desespero por parte do gerenciamento econômico no Brasil e, de modo geral, outro sinal de ineficiência do governo em questão.
Fonte: Jornal da USP
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