As imagens são dramáticas: o gigante rio Paraná, uma das principais artérias hídricas da América do Sul, sofre com os efeitos da pior seca em mais de nove décadas na região central do continente. Com quase 5 mil quilômetros de extensão, desde sua nascente no Brasil até a foz no rio da Prata, o Paraná é fundamental para boa parte da economia de seus países: além de oferecer água e alimentos, o rio também serve como canal de escoamento da produção agrícola de seu entorno e para a geração de energia hidrelétrica. Na BBC Brasil, Juliana Gragnani fez um panorama da situação e destacou que os impactos da seca vão muito além da crise elétrica no Brasil. O caudaloso rio deu lugar a fios d’água reduzidos em alguns trechos, o suficiente para impedir a passagem de embarcações e dificultar a vida de pescadores que dependem de suas águas para seu sustento. O efeito cascata desse processo vai muito além daqueles que vivem e dependem do rio: os custos logísticos sobem sem a opção da hidrovia do Paraná, o que significa uma perda de competitividade dos produtos sul-americanos. Isso também se reflete nos preços domésticos das mercadorias.
A situação do Paraná também ganhou repercussão no NY Times. Além de destacar os efeitos da seca na economia regional, a reportagem mostrou a relação entre a seca, a crise climática e o avanço do desmatamento na Amazônia, o que tem resultado em mudanças nos padrões de chuva no continente sul-americano, diminuindo o volume de precipitação no lado oriental da Cordilheira dos Andes.
Fonte: ClimaInfo
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