A aviação sempre pode surpreender e um dos aviões mais raros do Brasil hoje foi visto novamente, mas num local inusitado: a Amazônia.
O An-2 é o primeiro avião feito pela lendária fabricante de aviões Antonov, a mesma que fabricou e opera hoje o maior avião do mundo, o An-225 Myria. Não apenas o An-2 é o primeiro avião desenvolvido por Oleg Antonov, que dá nome à fábrica, mas se tornou o biplano monomotor de maior produção no mundo, dadas suas características únicas, a possibilidade de pousar em pistas curtas, robustez e capacidade de carga.
Seu uso vai desde agrícola (objetivo inicial do projeto) até o transporte de tropas, combate a incêndios, pesquisa atmosférica, ataque aéreo e, claro, transporte de passageiros e cargas para locais inóspitos, como vem ao caso nos vídeos abaixo.
O An-2 nunca foi utilizado amplamente no Brasil, chegando apenas por mãos de colecionadores, aeroclubes e empresas de saltos de paraquedas. Segundo dados da ANAC, foram registrados no Brasil apenas 9 aviões do modelo, da versão P de Passageiros, T de Carga e TD de paraquedistas.
Atualmente, estão em condições regulares de operação apenas dois An-2, de matrículas PT-FZF e PT-ZOV, ambos pertecentes à Lunelli Têxtil, que é dona da marca de vestuário Hangar 33, bastante conhecida no meio aeronáutico.
Todos os modelos que foram registrados no Brasil foram feitos sob licença na Polônia pela PZL Mielec, inclusive o PT-ZNQ, que era um dos últimos em operação, estava à venda e pertencia ao piloto Nelson Piquet, mas acabou se acidentando e não voou mais.
Acontece que um dos outros seis Antonov que estavam sem poder voar (por condições irregulares na ANAC) acabou surgindo “do nada” no meio da Amazônia em vídeos que passaram a circular nas redes sociais. De matrícula PT-BIA, o avião foi fabricado em 1981 e é da variante TD.
No passado, essa aeronave já estampou as cores da EJ, a maior escola de aviação civil do país, baseada no interior de São Paulo. No entanto, segundo último registro da ANAC, o biplano estava sob a propriedade do Clube de Paraquedismo de Arapongas, no Paraná, e ficou irregular devido ao Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade estar vencido desde junho deste ano.
No vídeo, é possível ver o Antonov voando baixo e passando perto da vegetação antes de pousar na pista de terra improvisada, quicando no chão antes de completar o pouso. Já o outro vídeo abaixo mostra o avião sendo ligado, emitindo muita fumaça (bem típico do An-2) e fazendo seu barulho característico do motor Shvetsov ASh-62 de 9 cilindros radiais.
Não se sabe por que o PT-BIA foi parar no meio da Amazônia e como está sendo mantido lá, mas é realmente uma cena rara e digna de qualquer filme de Ação e Aventura.
Fonte: Aeroin
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